Literatura

48ª Feira do Livro é aberta oficialmente na noite deste sábado

Evento que tem como slogan "Uma cidade, muitas histórias" quer estimular a leitura em todas as idades

Jô Folha - Patrono Jorge Braga e presidente da Câmara do Livro, Elisabeth Lovatel percorrem as bancas saudando os livreiros

O toque da sineta ecoou por volta das 20h30min deste sábado, pela praça Coronel Pedro Osório, anunciando a abertura oficial da 48ª Feira do Livro, acionada pelo patrono, o escritor pelotense Jorge Braga. É um chamado à população para que prestigie o evento, que teve a sua retomada em 2022, após dois anos sem ser realizada e tem como slogan "Uma cidade, muitas histórias". O sábado também marcou o Dia Nacional do Livro.

Desde a sexta-feira, a praça se transformou em uma grande livraria ao ar livre e com um apelo: estimular o hábito da leitura em todas as idades. De acordo com a presidente da Câmara Pelotense do Livro, Elisabeth Lovatel, a feira passou por uma mudança estrutural focada mais na literatura e no público infanto-juvenil, com eventos que irão ocorrer diariamente, na Tenda Literária. O espaço abrigará 140 atividades em 19 dias de eventos. Diariamente, às 19h, serão apresentados 110 livros e 80 escritores estarão lançando os seus livros. Além disso, alunos de diversas escolas passarão pela experiência como pequenos escritores.

Apesar de ainda ser cedo para apontar os títulos preferidos dos autores, a livreira diz que tem algumas apostas, entre elas, o livro A vida cabe em um fusca, do fotógrafo Nauro Junior, o Almanário de Pelotas, uma coletânea de vários autores, entre eles, o articulista do Diário Popular, Carlos Eduardo Behrensdorf, Sonhos de Pedra, do jornalista Klécio Santos, orador da feira; Texto para tocar cicatrizes, de Igor Pires, entre outros. "A feira sempre nos surpreende com o sucesso de alguns lançamentos que não estamos esperando", diz Elisabeth.

Segundo ela, há espaço para todos os "bolsos", com títulos a partir de R$ 5,00 especialmente os voltados ao público infantil. "Não vai ter essa desculpa de que livro é caro", ressalta. Estão presentes na feira, dez livrarias e três editoras, que transferiram suas estantes para o meio da praça, em tendas no entorno do Chafariz das Nereidas.

Bastante emocionado, o patrono da feira, o escritor Jorge Braga, saudou os visitantes e os brindou com a leitura de uma poesia sobre o livro, escrita por ele quando tinha apenas 12 anos. Braga também estava consternado pelo falecimento de sua mãe, ocorrido no sábado. Ele falou do seu trabalho de ativismo literário, que classificou como "de formiguinha", realizado desde antes de 2004 de levar a leitura às escolas e principalmente às penitenciárias. "Eu sinto no olho dessas pessoas que elas se sentem inseridas na sociedade", disse. "Somos o que queremos é o meu jargão", ressaltou. Ele também destacou o livro "As aventuras de Lu", de sua autoria, que conta a história de Luciana Araújo, filha de mãe escrava, que desenvolveu em Pelotas e Bagé, trabalho de amparo a meninas órfãs, com a criação do Instituto São Benedito, que existe até hoje. "Acredito ser essa a minha função social, fazer as pessoas se interessarem loucamente por livros, isto está no meu DNA. Os livros nos unem, nos aproximam", disse.

O orador da feira, o jornalista Klécio Santos, falou sobre a nova identidade visual do evento, que ganhou um novo conceito depois de 20 anos, desenvolvida pela sua agência, a in.Pacto Inteligência em Comunicação, de Brasília. Segundo ele, as cores se baseiam no lilás dos jacarandás e amarelo ouro dos ipês e tem no seu centro a imagem da Fonte das Nereidas, com um significado icônico para o evento.

A Secretária de Cultura, Beatriz Araújo, enalteceu a iniciativa dos organizadores da Feira, em adotarem em seu formato o projeto Autor presente, que completou 50 anos e se caracteriza por promover a leitura e a literatura a partir de encontros entre escritores e leitores. "A Feira é um espaço e momento mágico, que possibilitam o acesso livre àquelas pessoas que nem sempre entram numa livraria", disse a secretária.

Durante a cerimônia de abertura, a prefeita Paula Mascarenhas, ao lado do secretário de Assistência Social, Tiago Bundchen, lançou o projeto Livro na Cesta, que irá doar livros junto com as cestas básicas distribuídas às famílias carentes. Para isso, ela pediu aos visitantes da feira que fizessem doações de livros, que serão arrecadados junto ao estande da Câmara de Vereadores na praça. Como primeira doação, a prefeita fez a entrega do livro O pequeno príncipe, do autor francês Saint Exupéry. "A literatura de todas as artes é aquela que mais revela o ser humano, é uma das artes mais completas porque fala de todas as outras através da linguagem, este dom que temos como seres humanos", disse a prefeita.

A 48ª Feira do Livro é uma realização da Câmara Pelotense do Livro em parceria com a prefeitura de Pelotas. Confira a programação para este domingo e segunda-feira.

Domingo
14h - Atividades diversas - Bordadeiras do Museu do Doce - Exposição "Bordando com Simões Lopes Neto"
19h - Sessão de autógrafos - Sonhos de Pedra - Klécio Santos

Segunda-feira
15h - Escritor Paulo Rezzuti apresenta Princesinhas e Principezinhos do Brasil
16h - EMEF Luiz Augusto de Assumpção - Recriando lendas brasileiras
17h - Conselho Municipal do Idoso - Cartilha e Estatuto do Idoso
18h - Apresentação musical Ricardo Ferreira - Releituras - Violino - Chafariz da praça
18h - UFPel - Projeto Esperançar - Clube de Leitura Paulo Freire
19h - Sessão de autógrafos - diversos autores - Iolanda Botelho Borba (Nos Entremeios do caminho, uma viagem literária), Thiago Costa Perdigão (Trilogia Filosófica), NJ Brasileiro (Poemas que vovó nunca leu, Sobre escombros e jardins), Arita Cheuiche Godoy (Destino Inesperado), Alexandre Vergínio Assunção, Rafael Klumb Arnoni e Luiz Antônio Pereira Machado Junior (O chimarrão e seus artefatos: um estudo sob o viés do imaginário e do design vernacular)
20h - Conversa com escritores Eduardo Heldt Urban, mais conhecido como Evezel, autor dos livros Origem do Além e A Valsa Eterna

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