A temporada 2024 do futsal pelotense terá a visita do atual campeão da Liga Nacional. De volta a uma competição da Federação Gaúcha de Futsal (FGFS), o Atlântico estará no grupo B – o mesmo da ATF Pelotas/Otimiza Rentáveis – durante a primeira fase da Série Ouro. Potência do cenário brasileiro, o time de Erechim pode superar a marca de cem partidas no ano, gerando a necessidade de mescla do elenco sub-20 com o principal. 

Ao Diário Popular, o gerente Elton Dalla Vecchia e o técnico Paulinho Sananduva confirmam que o retorno do Galo ao quadro da FGFS aconteceu com a intenção de disputar campeonatos cujas classificações se dão apenas via disputas organizadas pela federação. Taça Brasil, Supercopa, Libertadores da América e Mundial do Clubes são exemplos de torneios nos quais só é possível garantir vaga via FGFS e Confederação Brasileira de Futsal (CBFS) – ambas têm vínculo. 

Neste ano, o Atlântico participará da Série Ouro da FGFS, da Série A da Liga Gaúcha (um CNPJ para cada), da Copa RS e da Copa do Brasil, além da Liga Nacional, que já começou. “É um planejamento bem detalhado e criterioso devido à quantidade de jogos. Se nós chegarmos em todas as competições que disputaremos na temporada, serão 112 jogos. Uma quantidade que somente com a equipe adulta a gente não vai conseguir atender”, afirma Dalla Vecchia. 

O calendário apertado forçará a comissão técnica a usar jovens. Sananduva afirma ser inviável outro caminho. “Primeiramente é preservar a integridade física e emocional dos atletas. Com um número de jogos tão grande, em algum momento, em alguma das competições, o suporte vai ter que ser dado pelo sub-20”, explica. O plantel da categoria de base é integrado ao profissional e, portanto, haverá mescla.

Impacto 

Apesar de aparecerem no mesmo patamar na Série Ouro, ATF e Atlântico têm realidades distintas. Enquanto a equipe de Erechim segue um modelo 100% profissional, a de Pelotas opera com atletas, membros do staff e dirigentes dividindo atenção com outras atividades. Um encontro de universos distantes e que, segundo o gerente do Galo, pode alavancar o desenvolvimento do futsal em projetos como o pelotense. 

“É um objetivo indireto que a gente tem. O clube chegou em um estágio em que não pode fugir da responsabilidade. Faz parte do nosso objetivo para a temporada ir em localidades que a gente até então não iria. Para levar o nome do Atlântico realmente aos quatro cantos do Estado, para que a conquista da Liga Nacional seja compartilhada com todas as outras equipes”, afirma Elton Dalla Vecchia. 

Paulinho Sananduva segue linha semelhante. “Vejo que é importante o Atlântico ser um caminho que as outras equipes devem perseguir. É um modelo de administração em que qualquer profissional gostaria de trabalhar”, analisa o treinador, que está em sua terceira passagem pelo clube do Noroeste do Rio Grande do Sul. 

Dalla Vecchia se diz a favor da unificação do futsal no Estado – o que deixou de existir a partir de 2017, com a fundação da Liga Gaúcha. E a respeito dos duelos em quadra, adota discurso de equilíbrio apesar dos cenários opostos. “O Atlântico é um case de sucesso dentro da modalidade de futsal. Dentro de quadra, a disputa vai se dar no mesmo nível, independentemente de os atletas [de alguns outros times] treinarem três vezes por semana e nós dez vezes por semana”.

Série Ouro 2024

Chamada em materiais publicitários de “a maior Série Ouro de todos os tempos”, a edição desta temporada traz os retornos de potências do futsal nacional. Além do Atlântico, a ACBF, de Carlos Barbosa, e a Assoeva, de Venâncio Aires, também voltaram à competição estadual da FGFS. Os três disputam a Liga Nacional e, deles, só o próprio Atlântico jogará simultaneamente a Série A da Liga Gaúcha em 2024. 

A Série Ouro da atual temporada começa no próximo dia 13. A ATF estreia em casa contra a AFA, de São Francisco de Assis, em partida que deve ocorrer no ginásio do Profut. O time recebe o Atlântico em 1º de junho e visita Erechim em 24 de agosto. As demais equipes da Zona Sul no campeonato são ABF, de São Lourenço do Sul, e Riograndense, de Rio Grande. Ambas integram a chave A, com a presença da Assoeva.