Confusão

Processo eleitoral para a reitoria da UFPel vira palco de polêmicas

De um lado o movimento estudantil e a chapa da situação questionam a falta de participação dos alunos e o período eleitoral; do outro, Adufpel e candidatos da oposição afirmam que o processo tem sido cumprido com lisura, respeitando as etapas necessárias

Foto: Jô Folha - Boa parte dos professores e técnico-administrativos da universidade estão em greve no momento

A aprovação do regimento para a eleição da reitoria da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) virou alvo de denúncias do movimento estudantil e da chapa da situação que concorre à gestão. Conforme relatos, o documento que foi apreciado em assembleia extraordinária da Associação dos Docentes da Universidade (Adufpel), na manhã desta quinta-feira (25), não teria contado com a colaboração dos alunos e estaria excluindo-os do processo como um todo. Além disso, há a reclamação de que os períodos das etapas do pleito são curtos, considerando o estado de greve. Do outro lado, a Adufpel contesta as acusações afirmando que qualquer mudança pode se dar na junta eleitoral.

Com gritos de “golpe” na assembleia e publicações nas redes sociais, a polêmica cercou a aprovação do regimento. A acusação de exclusão dos alunos na construção do documento é devido à falta de participação do Conselho de Entidade de Base (CEB), grupo que após a dissolução do Diretório Central dos Estudantes (DCE) passou a ter autonomia para deliberar sobre as pautas dos discentes. Conforme o Conselho, mesmo avisando a Adufpel que um novo grupo representava os alunos, eles não teriam sido considerados. “Estamos considerando isso como um golpe porque mesmo nós estando presentes e dizendo que nós não fomos ouvidos, que nós não participamos da construção deste edital, o sindicato permaneceu insistindo na narrativa de que nós sim participamos”, afirma o representante do CEB, Welligton Cidade.

O estudante reclama ainda que no regimento há o logo do DCE e nas redes sociais da Adufpel há publicações reafirmando a participação do CEB. “Nós afirmamos veementemente que não participamos e inclusive fomos impedidos quando eles negaram o nosso pedido para prorrogar o lançamento deste edital para a gente poder debater melhor sobre ele”. Cidade complementa ainda que não houve tempo hábil para a construção da comissão eleitoral da entidade estudantil. “Eles estão com uma pressa inexplicável de fazer essa eleição andar mesmo com greve. Eles decidiram pela urna eletrônica, sobre como seria o processo, tudo sem os estudantes”. A constatação é citada ainda devido a dificuldade que haveria de alunos da educação a distância (EAD) votarem na eleição da reitoria.

Os candidatos
Da mesma forma, para o candidato a vice-reitor na chapa da situação, Eraldo Pinheiro, o processo eleitoral estaria ocorrendo de forma acelerada. “É importante destacar que nós temos até outubro para fazer essa consulta [eleição]. Para nossa surpresa foi apresentado um edital pronto com um dia para a inscrição para as chapas, isso nunca aconteceu na história da universidade.” Ele reclama dos períodos curtos para a campanha eleitoral e da suposta exclusão dos estudantes. “O mais grave é que os prazos não estão considerando que estamos de greve, a comunidade acadêmica não está na universidade e com esse prazo tão apertado a gente não vai ter debate.”

Já para a chapa da oposição, liderada pela candidata a reitora Julieta Fripp, a aprovação do regimento eleitoral foi realizada da maneira adequada, assim como tem sido conduzida “há mais de três décadas, pelas entidades, garantindo um processo autônomo e independente”. Julieta afirma ainda que a junta eleitoral, com representação da Adufpel, Asufpel e os estudantes, irá garantir a participação de todos nas eleições. “Nosso representante na assembleia externou o compromisso em viabilizar o voto de todos os estudantes.”

A Adufpel
Em contraponto às acusações do movimento estudantil e a chapa da situação, o presidente da Adufpel, Carlos Mauch, afirma que desde o início, inclusive no processo de pedido de urnas eletrônicas na eleição, as três entidades estiveram presentes. “O documento que aprovamos proporciona que a junta eleitoral tenha a liberdade de mudar eventualmente alguma data e de tentar fazer um processo que inclua os estudantes da educação à distância. Inclusive com mudanças se a greve avançar muito, então não há exclusão de ninguém, os estudantes têm o seu tempo para tomar a sua decisão no seu fórum e indicar as pessoas que farão parte do processo.”

Sobre a alegação do período escasso para a eleição, Mauch argumenta que os prazos são escolhidos com base no auxílio do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), que cederá às urnas. “Tem um processo de eleição municipal ali na frente, então o TRE nos coloca alguns prazos e limites.” Já acerca da apreciação do regimento da eleição, o representante afirma que ela é uma cópia dos documentos anteriores. “Pegamos o texto e ajustamos para o uso de urnas eletrônicas. Existia a possibilidade de aprovar o regimento hoje ou não, a assembleia soberana votou por aprovar.”

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Servidores da educação municipal realizam ato na zona norte Anterior

Servidores da educação municipal realizam ato na zona norte

Controle de infecções bacterianas devolve saúde e bem-estar a cães e gatos Próximo

Controle de infecções bacterianas devolve saúde e bem-estar a cães e gatos

Deixe seu comentário