Atenção

Morcegos com raiva são encontrados no Capão do Leão; episódio requer atenção, mas não foge à normalidade

Quedas ao chão e com comportamentos diurnos são os principais sinais de infecção do mamífero; no Estado há apenas uma espécie de hematófago, aquele que pode ter a doença

Foto: Divulgação - ufrgs - DP - RS possui apenas uma espécie que transmite a doença

Dois morcegos infectados pela raiva foram encontrados em um intervalo de 15 dias no Centro do Capão do Leão. Os animais estavam caídos no chão quando foram constatados por funcionárias da Prefeitura. O alerta publicado nas redes sociais do Município na sexta-feira chama a atenção para o cuidado principal com o mamífero: não tocá-lo em nenhuma hipótese. No entanto, o episódio registrado é considerado dentro da normalidade, não representando nenhum risco maior de disseminação de morcegos com a doença.

O estado em que os morcegos foram encontrados, caídos no chão, ou ainda se apresentarem comportamentos atípicos como a circulação durante a luz do dia, são sinais em que a população deve estar atenta, pois são sintomas de que o animal está doente, podendo ser pela infecção de raiva ou de outra patologia. “É rotineiro a gente encontrar algum aqui ou ali outro morcego, a gente emitiu o alerta, mas em função deles terem sido encontrados na mesma região e com um intervalo de 15 dias entre os dois”, diz a veterinária responsável pela vigilância ambiental do Capão do Leão, Caroline de Matos.

Além de chamar a atenção para essas características do mamífero, o comunicado emitido pela Prefeitura também tem como propósito conscientizar sobre a importância de manter os animais domésticos contra a raiva. “Para que não ocorra um caso, principalmente com gato, por causa do comportamento predador entrar em contato com algum morcego positivo”, diz. De acordo com a veterinária, nenhum caso secundário foi encontrado e o penúltimo caso de morcego infectado teria sido constatado em novembro do ano passado.


Caso um morcego que apresente as características atípicas seja encontrado no Município, a recomendação é isolá-lo, com um balde ou algo semelhante, sem tocá-lo desprovido da devida proteção, e contatar a vigilância ambiental nos contatos: (53) 99105-9032 ou 0800-000-8773, ramal 315. Da mesma forma, o órgão deve ser acionado se o comportamento dos animais domésticos se tornarem agressivos ou apresentarem paralisia. Se houver contato com um morcego, seja por toque, mordida ou arranhão, é recomendado lavar bem a área com água e sabão e procurar atendimento médico imediatamente.

Animais fundamentais
Geralmente quando se trata de morcegos, a associação costuma ser negativa, seja pelo comportamento noturno ou devido a aparência deles, o que é ainda mais acentuado quando são encontrados animais infectados. Porém, esses mamíferos inofensivos são incompreendidos e de suma importância pelos serviços ecossistêmicos que prestam à natureza. Conforme a professora Ana Maria Rui, do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade Animal do Instituto de Biologia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), é necessária a conscientização ambiental da população sobre eles, principalmente, quando há alerta sobre animais contaminados, o que pode gerar pânico e motivar o combate deles.

Dentre as principais funções dos quirópteros está o controle de pragas agrícolas, disseminação de sementes e polinização. A professora destaca que no Rio Grande do Sul, há somente uma espécie de hematófago, que alimenta-se de sangue e pode transmitir a raiva, entretanto, esse grupo é controlado pelo governo do Estado. As demais centenas de espécies são predadores de insetos e por isso exercem o controle deles. “A frequência da raiva é muito baixa nas populações de morcegos, é um a cada milhares de indivíduos, é muito importante as pessoas entenderem que não podem matar animais silvestres, eles são protegidos pelas leis contra crimes ambientais”.

A falta de conscientização ambiental somada à aversão aos morcegos acarreta na morte dos animais, quando encontrados pelas pessoas. “Eu tenho 600 filhotes no meu laboratório que foram mortos na área urbana em um telhado. Se a gente perder essas populações de morcegos que têm nas nossas cidades, nós vamos ter um surto de insetos”, ressalta.

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