Educação

Emei funcionando em turno reduzido causa transtornos para mães

A previsão é que as atividades permaneçam alteradas por cerca de duas semanas; atualmente, 19 das 33 escolas de ensino infantil estão com quadro incompleto

Volmer Perez - DP - Unidade é uma das diversas em Pelotas com dificuldades para manter atividades com redução de profissionais

Devido ao déficit de auxiliares de educação, a semana iniciou com as atividades em período reduzido para duas turmas na Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Ivanir Dias, localizada na Cohab Tablada, em Pelotas. De modo regular, o educandário oferece acolhimento em tempo integral. No entanto, com a falta de profissionais, a previsão é que as aulas permaneçam somente em um turno durante duas semanas. A situação tem causado transtornos para mães que dependem da assistência da Emei para trabalhar e administrar a rotina com outros filhos em idade escolar.

A segunda-feira foi de readaptações para as crianças e as mães das turmas de maternais atingidas pela falta de auxiliares de educação. Apesar de não terem sido surpreendidas pelo problema, pois o diretor da escola havia realizado uma reunião para avisá-las, a informação antecipada não foi suficiente para diminuir os desafios acerca do que fazer com as crianças durante um dos período do dia fora da rotina na Emei. Uma das mães que está passando pela situação é a Larissa de Oliveira, que, indignada, tem liderado um grupo com outros pais em busca de uma solução.

Larissa conta que a direção da Emei teria informado sobre o déficit de cinco auxiliares de educação e que no final do mês mais duas sairiam de licença. “Então eles ficaram com sete profissionais a menos. Eu e outras mães entramos em desespero porque a gente precisa trabalhar, precisamos muito da escola em tempo integral.” No primeiro dia de turno reduzido, a pedagoga conseguiu levar a filha de três anos para o trabalho, entretanto, tornar isso uma rotina ficaria inviável. “Tem muitas mães que trabalham em comércio e elas vão fazer o que?”

Diante disso, Larissa diz que ligou diversas vezes para Secretaria de Educação (Smed) e que irá pessoalmente à sede da pasta em busca de uma resolução. “Claro que é devido ao baixo salário, atualmente as auxiliares saíram do plano de carreira do magistério no Município, quem está trabalhando atualmente está se exonerando e quem está sendo nomeado não quer assumir”, opina sobre a falta de profissionais. Em busca de mais informações sobre o déficit, a pedagoga relata que entrou em contato com diversas Emeis, constatando que o problema não é exclusivo da Ivanir Dias.

“Fiquei sabendo, através de outras mães e de coordenadoras, que tem várias [EMEIs] na mesma realidade, funcionando parcialmente, a maioria faltando merendeira, auxiliar e tudo o mais.” Dentre as que também estão funcionando em meio turno, ela cita a Emei Herbert de Souza e a Albina Peres.

O papel da Emei na falta de rede de apoio
Com dois filhos, um de três anos, no maternal da Emei, e outro de nove anos, matriculado na Escola Municipal Ministro Fernando Osório, Patrícia Ferreira tem dificuldades para levar e buscar os dois meninos nos educandários. Porém, o problema maior se dá ainda em razão das terapias que o mais velho tem durante as tardes. Com síndrome de Down, a criança tem consultas quatro dias da semana e o mais novo não tem com quem ficar. “Os dois soltam às 11h30min. Hoje eu tive que tirar o mais velho da escola mais cedo. Isso dá um baita impacto na rotina dele, ele se desorganiza todo.”

Caso o turno reduzido perdure por duas semanas, Patrícia relata, agoniada, que não tem ideia do que fazer para levar e buscar os dois na escola e comparecer às consultas médicas do primogênito. “Eu não sei, essa noite eu nem dormi direito [de preocupação]. Amanhã, eu já não sei se eu pego o Arthur [o filho de três anos] mais cedo. Até então eu não sei o que fazer porque eu não tenho ninguém.”

Déficit na rede
De acordo com a secretária interina de Educação e Desporto, Adriane Esperança, a falta de professores apresenta desafios significativos para as escolas da rede municipal. “Importante ressaltar que todas unidades que estão sem parte dos professores e/ou auxiliares temporariamente conseguem prestar o atendimento mesmo que parcial a todas as turmas”, diz nota enviada pela pasta.

De acordo com a secretária, a apuração das vagas, que são dinâmicas, estariam em ainda nesta etapa devido à quantidade de licenças e aposentadorias, assim como a elaboração dos impactos financeiros para abrir o processo de contratação emergencial para suprir as demandas. Não há possibilidade de concurso, neste momento, devido à Lei de Responsabilidade Fiscal. Atualmente, das 33 Emeis, 19 estão com quadro profissional incompleto.

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