Educação

Manhã desta terça-feira (26) é marcada por protestos em duas escolas de Pelotas

Motivadas por problemas diferentes, as manifestações reuniram as comunidades escolares em busca de soluções

Foto: Jô Folha - DP - Problemas estruturais e falta de recursos são os principais problemas

A manhã desta terça-feira (26) foi marcada por manifestações em duas escolas diferentes em Pelotas. Na municipal João Guimarães Rosa, a equipe suspendeu as aulas e foi às ruas pedir providências para os problemas estruturais da instituição. Já na estadual Assis Brasil, a manifestação foi motivada pela falta de acesso aos recursos por conta de um impasse com o poder público sobre a nova diretoria da escola.

Logo cedo, o primeiro protesto foi da equipe da Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) João Guimarães Rosa, no Fragata. Vestidas de preto e com faixas em frente à instituição, as servidoras pediam uma solução para os problemas estruturais da escola. “Estamos trabalhando num clima de muita insegurança, especialmente para as crianças. Tem rachaduras em toda a escola, muro interditado, piso cedendo. Alguma providência tem que ser tomada antes de acontecer uma tragédia”, diz a professora Sandra Medeiros. 

Com cerca de 130 alunos, a escola passou por reforma e ampliação em 2016, com investimento de mais de R$1,1 milhão da Prefeitura. Mesmo assim, menos de dez anos depois, os problemas continuaram a aparecer. “A escola está precária. Ficamos confinados numa sala, porque na rua está tudo interditado”, diz a colega Michele Amorim. A movimentação de máquinas pesadas que trabalham na pavimentação da rua da escola, segundo a equipe, tem agravado ainda mais o problema. “Com a obra, a escola está tremendo todinha. É uma tragédia anunciada”, lamenta a educadora Tatiane Silva.

Assis Brasil

Mais para o fim desta manhã, foi a vez da comunidade escolar do Instituto Estadual de Educação Assis Brasil se manifestar. O motivo da mobilização é a precarização da escola por conta de um impasse com o poder público. Segundo eles, uma nova diretoria está à frente do Assis Brasil desde dezembro de 2023, mas a mudança diretiva nunca foi oficializada pelo Estado. 

Sem essa validação, a escola fica impossibilitada de acessar recursos para serviços fundamentais, como limpeza e merenda. “A gente trabalha até onde dá. Não podemos assinar papéis, históricos, atestados, nada. A escola tem verba, mas não temos acesso por conta disso. A justificativa do Estado [para a não oficialização] é que a lei anterior, que regia as equipe diretivas, foi revogada e aí ficou nesse impasse”, diz a professora Rosangela Rachinhas, que é a diretora não oficial da escola.

Quem sente na rotina os impactos desse problema são os mais de 1,3 mil estudantes da instituição, que também marcaram presença na manifestação. “Sabemos a situação que enfrentamos hoje. A direção não tem como usar a verba. Nós queremos merenda, que a escola tenha material para os professores. Nós precisamos disso”, disse Lucas Amaral, 19, estudante do curso normal. Os colegas de escola também complementaram os pedidos do jovem. “É impossível estar numa escola onde a gente vai no banheiro e está tudo sujo ou não tem merenda ”, afirma Sunaika Cabral, 17. “É preocupante. A gente não pode viver numa escola insalubre”,  reivindica Marcelo Borba, 17.

O que diz o poder público

A reportagem questionou o Estado e o Município sobre os problemas das duas instituições. Sobre a escola municipal, a secretária de Educação e Desporto, Adriane Silveira, afirmou através de nota que, a partir desta quarta-feira, as aulas estão suspensas na Emei João Guimarães Rosa até que se definam os encaminhamentos necessários e seja emitido um novo laudo técnico.

Adriane explicou que um laudo já foi emitido em fevereiro e o Município espera por uma nova análise. “É importante salientar que este laudo indica, sim, a reforma, mas não a interdição da escola", diz. Adriane afirma que a Prefeitura está buscando alugar um prédio para que iniciem as obras. O Município iniciou as tratativas de um local, mas o negócio não avançou por ter sido considerado longe do atual prédio pela equipe escolar. Agora, a Prefeitura busca, junto com a comunidade, um novo espaço para acomodar os alunos.

Já a Secretaria de Educação do Estado foi procurada para esclarecer os motivos para a demora da oficialização da nova diretoria do Assis Brasil, mas a reportagem não obteve retorno até o fechamento da edição.

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