Colheita

Especialistas traçam o cenário atual da safra de grãos na Zona Sul

Expectativa de colheita de milho, soja e arroz neste ano é melhor em comparação à temporada de 2023

Foto: divulgação - Área semeada é maior que em relação ao ano passado

Até o atual momento, a safra de grãos de soja, milho e arroz na Zona Sul do Rio Grande do Sul está em fase inicial, levando em conta a área que já foi colhida, o que diminui a chance de fixar uma certeza em relação à produtividade. Diferentemente do ano passado, quando uma intensa seca atingiu a região, as lavouras receberam chuvas regulares importantes em meados de dezembro e janeiro, potencializando a safra, no geral. Daqui para frente, a preocupação de muitos produtores é em relação às chuvas excessivas, já que podem prejudicar a produção nesse período.

Milho
Segundo o extensionista rural da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) de Pelotas, engenheiro-agrônomo Luciano Ossanes, “basicamente, todo o milho que foi colhido foi para a silagem. Foi bom. Na silagem não se colhe o grão, e sim a matéria verde, aí se colhe em torno de 30 a 35 toneladas por hectare, que é para moer e dar para o gado”, disse. Ossanes destaca que o milho em grão foi pouco colhido, apenas 2%, com média de 90 sacos por hectare.

O extensionista da Emater aponta que houve algumas perdas em razão da ventania da madrugada do dia 21 de março. As fortes rajadas de vento atingiram as plantações de milho, o que afetou o desenvolvimento da plantação e, consequentemente, a colheita, representando uma queda de quase 20%, especialmente para os agricultores que colhem com o auxílio de maquinários. “A expectativa de produção ainda gira em torno de seis toneladas por hectare, em torno de cem sacos de 60 quilos”, estima. De acordo com o agrônomo, até o fim do mês de maio ainda terão agricultores colhendo milho, considerando o grão de qualidade.

Soja
No cultivo de soja, se estima que, até agora, tenha sido colhido em torno de 22% do total esperado. Esse resultado inicial se deu em áreas mais altas, segundo Ossanes. Não está sendo feita a colheita, ainda, nos terrenos baixos, pois nesses casos houve um atraso no plantio no ano passado, quando houve chuvas acima da média. O adiamento se explica por serem áreas com maior dificuldade de drenagem da água da chuva, o que prejudica o processo de semeadura. Além de apresentarem problemas por causa da época de plantio, estes pontos sofreram também com o aparecimento da ferrugem, doença que acomete as plantas fazendo com que surjam manchas alaranjadas nas folhas. A ferrugem é um problema muito severo no que diz respeito à queda de produção da soja. “Só essa inicial, estão colhendo de 40 a 60 sacos por hectare, que é boa a produtividade para Pelotas. Até 20 de maio, vai ter soja ainda por causa do atraso”, frisou.

Arroz
Em relação à safra do arroz, houve um pequeno aumento na área semeada em comparação ao ano anterior. O coordenador regional do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) da Zona Sul, engenheiro agrônomo Igor Kohls, indicou que o aumento foi de 12%, com pouco mais de 154 mil hectares semeados na Zona Sul. Segundo ele explica, esse aumento aconteceu por conta do fenômeno El Niño, quando muitos produtores optaram por ampliar as áreas de arroz, já que a cultura da soja corria o risco de ser afetada pelo período de chuvas. “Aqui na região, nós conseguimos ter 96% da nossa área semeada dentro do mês de outubro, período de melhor exploração do cultivo das cultivares. Com o El Niño, nós tivemos uma redução da luminosidade. E o arroz depende bastante da luminosidade, principalmente para ter melhor aproveitamento da adubação nitrogenada”, esclareceu o agrônomo.

Neste ano, a safra de arroz está bem mais atrasada em comparação com o ano passado, quando havia 80% da lavoura colhida. Dados da última semana apontam que o mesmo número está em 39% neste ano, ou seja, quase a metade do acumulado de 2023. “A evolução da colheita está de 10 a 11% por semana, um número muito baixo”, ressalta Kohls. O volume e frequência de chuvas é o que vem impossibilitando que a colheita evolua de maneira mais rápida. “As chuvas acabam dificultando o escoamento da produção pela questão das estradas e o temporal que tivemos, semanas atrás, também atrapalhou porque tem vários produtores que fazem secagem na propriedade, e isso depende de energia elétrica”.

“A qualidade de rendimento das lavouras está muito boa”, destacou. Isso se deve a pequenas alterações de temperatura entre máxima e mínima, durante o dia e à noite. Sobre a produtividade, o coordenador do Irga disse que haverá a divulgação somente quando 50% da lavoura no Estado estiver colhida. Ele supõe que, dada a baixa luminosidade, o que se espera é uma pequena redução na produtividade, mas que será compensada pelo aumento da área.

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