Estilo Pet

Na Páscoa, alerta é para adoção e compra consciente de coelhos

Procura por esses animais aumenta nessa época do ano; espécie precisa de cuidados específicos

Foto: Divulgação - DP - Na Páscoa, procura por coelhos aumenta

Coelho não é presente. Nessa época do ano, esse é o principal slogan que estampa campanhas de ONGs e até de lojas especializadas no Brasil. A mobilização é motivada pelo aumento da procura por esses bichinhos para presentear durante a Páscoa, situação que, em muitos casos, termina em abandono e até maus tratos.

A médica veterinária Ana Paula Albano, especialista em animais silvestres e exóticos, avalia que é necessário pensar bastante e evitar o impulso na hora de decidir ter um coelho em casa. "O coelho não é um brinquedo. Muitas vezes as pessoas compram na empolgação da Páscoa, porque é um animal que é um dos símbolos da data, e esquecem que eles precisam de muitos cuidados. Não é comprar para dar para a criança nesse período e depois ficar sem saber o que fazer com ele", pontua.
Segundo dados independentes da ONG Adote um Orelhudo, cerca de 60 ou 70 dias após a Páscoa, 40% dos coelhos comprados são abandonados em praças, parques e terrenos baldios. Em grandes redes de produtos animais que também comercializam pets, a venda de coelhos foi suspensa neste período do ano. "Muitas vezes a pessoa compra um filhote, não recebe orientação, e depois ele acaba ficando preso na gaiola ou no fundo do pátio sem receber as necessidades que ele tem como espécie. Isso é uma das coisas que acaba resultando no abandono", acrescenta a veterinária.

Algumas características

Conforme define a veterinária, os coelhos são animais cativantes e muito arteiros e, ao contrário do que muitos pensam, podem viver mais de dez anos. "Se tem essa ideia errada de que eles não vivem muito, mas se forem bem cuidados e tiverem boa genética, eles terão uma longevidade que as pessoas talvez não estejam preparadas para lidar", diz ela. Roer e cavar são algumas das atividades preferidas dos bichinhos. A alimentação também precisa de atenção: feno é a principal base da dieta, que também pode ter outras 'guloseimas', como legumes e frutas.

A veterinária argumenta, ainda, que os coelhos não são pets indicados para conviver com crianças de qualquer faixa etária. "Ele é um animal legal, mas talvez não supra a necessidade que a criança tem. Nem todos os coelhos aceitam ser mantidos no colo, por exemplo. É uma espécie com musculatura muito forte, mas com parte óssea muito frágil. Às vezes, na hora de manipular ele, o coelho pode quebrar coluna ou algum membro", explica.

Rotina dos bichos

Quem convive com esses bichinhos em casa sabe bem que é preciso bastante responsabilidade. A designer Natália Marques, 27, vive há cerca de um ano e meio com a coelha Bonnie, que foi resgatada e adotada pela família. A tutora conta que ela mesma não sabia quais eram os cuidados necessários quando adotou a coelhinha. "Quem quer ter um coelho, tem que pesquisar bastante antes. Quando adotei, não fazia a menor ideia da responsabilidade e dificuldade de ter um coelho, mas eu me dispus a isso", diz ela.

Assim como qualquer outro pet, os coelhos precisam de espaço, acompanhamento e bastante atenção. "Eu diria até que eles precisam de mais espaço do que um cachorro, porque tu podes passear com o cachorro na rua, com o coelho não", observa Natália. Quando ela viaja, por exemplo, pede para que familiares compareçam duas vezes ao dia cuidar e interagir com Bonnie. "Levamos no veterinário regularmente, temos gastos com veterinário, exame, ração. São coisas que as pessoas não levam em consideração porque acham que é só deixar dentro de uma gaiola e dar cenoura", acrescenta.​

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