Apuração

Ex-diretora do PS depõe à CPI nesta quarta-feira

Terceira pessoa a ir à comissão, Odineia da Rosa diz que pretende “colaborar com a verdade”

Jô Folha - DP - Odineia antecipou ao DP que contratos de pagamentos eram administrados por Misael Cunha

A ex-diretora geral do Pronto Socorro (PS) de Pelotas, Odineia da Rosa, irá depor nesta quarta-feira (17) à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara de Vereadores que apura suspeitas de pagamentos de R$ 270 mil em notas duplicadas a uma empresa de portaria. Odineia é a terceira pessoa a ser ouvida na condição de testemunha pela CPI. Antes dela, a secretária de Saúde Roberta Paganini e o diretor do Hospital Universitário São Francisco de Paula (HUSFP), Márcio Slaviero.

Odineia e o diretor administrativo e financeiro do PS, Misael da Cunha, foram afastados dos cargos após a abertura de sindicância na Procuradoria Geral do Município (PGM) para apurar as possíveis irregularidades identificadas por Slaviero. Em seu depoimento, o diretor do HUSFP assegurou que a conta do PS era gerida exclusivamente por Cunha.

Ao Diário Popular, Odineia diz que está tranquila para a oitiva e que a posição dela corrobora com o que já foi dito em outros depoimentos. “A minha intenção é colaborar com a verdade”, diz. A ex-diretora afirma que a proporção que o caso tomou trouxe prejuízos à sua vida pessoal e profissional. “Eu tenho plena consciência de que as coisas serão esclarecidas e que eu conseguirei retomar a minha rotina e a minha vida profissional”, diz.

Odineia, que também é enfermeira concursada no Hospital Escola da UFPel, reforça a posição de que a gestão financeira do Pronto Socorro não passava por ela. “Eram operacionalizações distintas, que a gestão municipal tinha pleno conhecimento”, afirma. “O que for verdade, virá à tona. Estou muito tranquila em relação a isso, meus depoimentos não vão mudar, eu não tenho medo de falar porque minhas respostas serão sempre as mesmas. A minha direção geral cuidava dos grandes problemas, estava mais vinculada à área assistencial”, diz.

A investigação
Até o momento, a CPI do PS já ouviu duas pessoas como testemunhas. No último depoimento, o diretor geral do HUSFP, Márcio Slaviero, explicou que inconsistências nas contas do PS foram identificadas pela equipe do HUSFP ainda em outubro. À medida em que questionamentos foram feitos ao diretor Cunha por e-mail, as justificativas foram mudando, segundo Slaviero. Ele afirma ter notificado a secretária Roberta das suspeitas em janeiro e a sindicância foi instaurada em fevereiro. No depoimento, o diretor do HUSFP revelou que teriam sido realizados pagamentos duplicados de quatro notas à empresa de portaria M de Souza Leão LTDA, somando R$ 270 mil e ainda estariam pendentes o pagamento de R$ 551 mil.

O advogado de Matheus de Souza Leão, proprietário da empresa, afirma que a empresa não tem envolvimento com irregularidades. Além de Matheus, seu pai e sua mãe também possuem empresas de portaria. Segundo o advogado, a empresa da mãe nunca prestou serviços ao poder público. A empresa do pai, no entanto, já atendeu o PS. Segundo o governo, a empresa de Matheus prestou serviços ao PS entre outubro de 2022 e o início de 2024.

O depoimento de Odineia começa às 18h e será transmitido ao vivo aqui no site do Diário Popular. 

Próximos passos
A CPI, que é presidida pelo vereador Rafael Amaral (PP) e tem a relatoria de Jurandir Silva (PSOL), já planeja os próximos passos. Em reunião na terça-feira, vereadores discutiram sobre possíveis novos depoentes. Para as próximas semanas, a comissão deve convidar representantes do Conselho Municipal de Saúde e da Coordenadoria Regional de Saúde, além do procurador do Município responsável pela sindicância em andamento.

A CPI também pretende ouvir o atual diretor da Beneficência Portuguesa, Armando Manduca, que coordenou o processo de municipalização plena da saúde em Pelotas e foi secretário adjunto de Saúde à época em que foi feito o contrato que passou a gestão do Pronto Socorro ao HUSFP.

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