Caderno Saúde

Aproveitando a Páscoa e o consumo de chocolates de forma equilibrada

O Saúde_DP traz dicas de como degustar os doces de forma mais consciente e opções de produtos para quem quer desfrutar a data com uma alimentação mais nutritiva

Foto: Volmer Perez - DP - A confeitaria inclusiva dedicada a pessoas diabéticas, intolerantes a lactose e ao glúten tem sido requisitada pelo público

Época em que ovos de chocolate, barras, caixas de bombons entre tantas outras opções são os presentes que representam o símbolo da renovação, a Páscoa também traz o desafio do consumo de maneira equilibrada. Em razão dos malefícios que a ingestão exagerada e rotineira de açúcar gera para a saúde, o fracionamento das porções e a escolha por produtos com índices maiores de cacau ou ainda com adoçantes mais saudáveis são alternativas para aproveitar sem preocupação. Ao Diário Popular, o nutricionista Bruno de La Rocha explica os cuidados necessários com a inclusão de doces na alimentação.

Diante da disponibilidade dos saborosos chocolates pode ser difícil racionalizar ou mesmo planejar o consumo podendo ocasionar episódios de compulsão. Apesar de não ser um consumo saudável se em grandes quantidades, o profissional destaca que diante de uma rotina em geral equilibrada, se houver algum excesso na Páscoa, os danos não serão tão intensos e é necessário que a pessoa se trate com gentileza nesses casos. "Um exagero até pode ser considerado normal, desde que a pessoa volte para a alimentação ideal depois". Mas para quem pretende optar por uma ingestão mais nutritiva e cuidadosa, de La Rocha orienta que é sempre preferível escolher chocolates amargos e meio amargos, bem como com menos ingredientes adicionados.

Bruno de La Rocha - Nutricionista Foto: Volmer Perez - DP

Além disso, o nutricionista explica que para manter o equilíbrio é indispensável ter uma boa ingestão de água e realizar as refeições salgadas adequadamente com boas porções de saladas, carboidratos, proteínas, fibras e gorduras boas. "Aí não teria grandes problemas inserir o chocolate no dia-dia e na alimentação ao longo prazo", diz.

Para as pessoas que têm algum quadro de ansiedade ou tendência a um consumo maior de doces, o ideal é estar atento ao contexto que motiva a tentação pelo açúcar, assim como ter a disposição opções de alimentos mais saudáveis que podem substituir o chocolate, por exemplo. "Também praticar o controle de porções e principalmente se tratar com gentileza, porque é normal ter alguns deslizes, não adiante se castigar por ter comido um doce extra, ficar mantendo escore, isso só agrava a ansiedade."

Açúcar e porções ideais

De acordo com De La Rocha, cada paciente é único, com um metabolismo próprio e características singulares, no entanto, para a alimentação diária há a recomendação da Associação Americana Cardíaca que estabelece que a quantidade de açúcar ingerido não deve ultrapassar 10% do consumo total de calorias. "Em uma estimativa, para o metabolismo masculino, seriam 150 calorias por dia e para o feminino, cem calorias. O que seria cerca de 38 gramas e 25 gramas respectivamente", diz.

Mas novamente o nutricionista ressalta que no contexto de uma rotina de alimentação que é saudável, ultrapassar esses indicadores na Páscoa não causará grandes impactos na saúde. "O ideal é manter uma rotina saudável para equilibrar os níveis de açúcar no sangue e reduzir o desejo por doces, assim volta e meia poder consumir alguma coisa sem culpa", descreve.

Alternativas mais saudáveis

Para quem não deseja desviar muito do plano alimentar ou deseja aproveitar a Páscoa de uma maneira mais sadia, o ideal é recorrer aos chocolates sem açúcar refinados, como os zero açúcar ou optar por produtos com teor de cacau acima de 50%, o meio amargo e amargo. "São opções mais interessantes para quem quer se cuidar, são mais saudáveis que o ao leite por, via de regra, não ter muitos ingredientes adicionados."

Para quem não deseja desviar muito do plano, o ideal é recorrer aos chocolates sem açúcar refinados, como os zero açúcar ou optar por produtos com teor de cacau acima de 50%

A confeitaria inclusiva dedicada a pessoas diabéticas, intolerantes a lactose e ao glúten também tem sido requisitada pelo público em geral que procura doces com mais nutrientes e menos industrializados. A busca por ingredientes mais saudáveis é o que movimenta uma loja dedicada a comercialização dessa linha de alimentos, procura que se torna ainda maior na Páscoa. Conforme uma das atendentes do local, a maior demanda é pelas opções sem açúcar e lactose e ovos infantis para as crianças que têm alergia à proteína do leite. "Eles são feitos com açúcares naturais, açúcar de coco, de maçã, então não vai nenhum adoçante, são ovos mais limpos", explica Letícia Rodrigues.

De acordo com a estimativa da loja, com a proximidade da Páscoa, por dia estavam sendo vendidos cerca de 30 ovos. "São pessoas que adotam uma vida mais saudável, porque são ovos sem conservantes, então além do público alérgico a gente atende quem procura uma alimentação mais elevada."

Os cuidados para as crianças

"Controlar o consumo de qualquer coisa em crianças é uma tarefa que se tornou mais complicada por fatores comportamentais, mas deveria ser fácil", menciona De La Rocha. Para os pequenos, a Páscoa tende a ser uma data ainda mais especial, com ovos com brinquedos dentro e cestas de doces variados, mas os responsáveis devem manejar as quantidades disponibilizadas de chocolate e, se possível, optar pelas opções mais saudáveis de guloseimas. "Fracionar o consumo e não deixar que a criança, num ato de ansiedade perante diversas opções de doces, consuma muito chocolate e acabe tendo um pico de açúcar exagerado, passe mal e até tenha problemas intestinais por causa disso."

O nutricionista relembra que crianças estão em fase de crescimento e desenvolvimento e que doces não oferecem os nutrientes necessários para isso. "Também influencia no paladar das crianças na hora de apreciar outros alimentos e aumenta o risco de cáries."

Consumo prolongado ou rotineiro de açúcar

A época da Páscoa pode ser um momento mais preocupante para aquelas pessoas que normalmente ingerem quantidades consideráveis de açúcar rotineiramente. Como descreve o nutricionista, o exagero prolongado de doces pode ocasionar o desenvolvimento de Diabetes tipo 2, doença que surge devido a resistência à insulina. "A diabetes estraga o corpo inteiro do indivíduo de forma igual, vai levar ao ganho de peso, aumentar o risco de doença cardíaca, de falha renal, até mesmo de inflamações crônicas", enumera.

Diante disso, é imprescindível moderar o consumo, evitando assim os picos de glicose e, consequentemente, diminuindo a sensação de fome e desejo por doces. Bruno também diz que é importante modelar o paladar para alimentos mais salgados, com proteínas e fibras, que "estão mais relacionados com a saúde".

De La Rocha conclui ressaltando que mesmo ao degustar chocolates mais tradicionais, não há problema em aproveitar a data já que "se a gente fizer as coisas certas em 90% do tempo, não vai ter problemas uma saída dos trilhos na Páscoa".​

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