Música

Sexta cultural do Armazém do Campo traz ao público o projeto Nosso Choro

A partir das 19h de amanhã, Rafael Velloso e grupo apresentam repertório autoral e grandes clássicos do gênero consagrado Patrimônio Cultural Nacional

Foto: Emanuele Araújo - Especial - DP - Armazém do Campo mantém tradição de eventos gratuitos

O choro, patrimônio cultural brasileiro desde o dia 29 de fevereiro, será o destaque desta sexta cultural no Armazém do Campo, em evento gratuito na esquina das ruas Três de Maio e Padre Anchieta. A apresentação será de Rafael Velloso e grupo, com o projeto Nosso Choro, seguido de roda com convidados.

Há mais de 150 anos o choro está presente na música brasileira, sendo uma importante manifestação da identidade cultural nacional. Pelotas carrega essa tradição das rodas, em que há o contato direto entre os músicos e o público.
Este será o cenário no Armazém do Campo a partir das 19h desta sexta-feira, como tem sido a tradição no local, que já desponta como um importante centro de diversidade cultural em Pelotas, com eventos noturnos às sextas e sábados.

“O choro é uma música feita em roda, o espaço em que a gente faz a performance. É muito importante a participação do público nessa música instrumental, é a relação direta entre nós e o público. Essa receptividade faz toda a diferença, quando o público é acolhedor e participa, a gente toca melhor, com mais desenvoltura e animação”, diz Rafael Veloso, que está à frente da apresentação desta sexta. 

O repertório inicial trará as músicas feitas pelo artista, natural do Rio de Janeiro, nesta vivência em Pelotas. “Músicas que escrevi dedicadas ao choro, tendo experiências com maxixe, samba-choro, polca e o chorinho mesmo”, detalha. “Um trabalho dedicado ao choro autoral e contemporâneo, que pensa nestes diferentes estilos e conectadas a essa experiência que tenho vivendo em Pelotas”, completa Veloso.

Depois do repertório autoral, os clássicos do choro aparecerão, com destaque para a obra de Avendano Júnior, expoente do gênero em Pelotas, e participações especiais. Este ano de 2024 carrega a importância para o choro pelotense: será o aniversário de 10 anos do Clube do Choro, que reúne diversos músicos, além de o gênero ter sido reconhecido como Patrimônio Cultural Nacional pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, presidido pelo Iphan, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

Desde fevereiro, o choro cativou seu espaço no Armazém do Campo, que mira os holofotes às mais diversas manifestações culturais no Município – iniciou com as rodas de samba em novembro, quando foi inaugurado, e expandiu a partir deste ano para outros gêneros, como rock e mpb (além do choro). “Antes de o choro ser decretado o patrimônio cultural brasileiro, a gente já vinha com essa proposta, que garante um público fiel e cativo, que frequenta o Armazém pela qualidade da música”, relata o integrante do coletivo do Armazém do Campo, Diego Gonçalves. 

A intenção é manter o Armazém do Campo como esse “espaço de democratização da cultura”, com eventos de entrada gratuita, “de conversão de estilos musicais e público e valorização dos artistas locais e de pessoas que querem consumir o trabalho desses artistas”, diz Diego. “A gente tenta pegar todo o caldo de cultura brasileira e pelotense, e fazer convergir dentro do Armazém, pela música e demais atividades culturais. Fazemos esse grande mix que impulsiona os artistas e a cultura local, neste circuito bem diverso”, completa.

Para Veloso, o Armazém tem esse papel importante de democratização da cultura, e garante um espaço relvante para o choro em Pelotas, que tem “forte conexão com o gênero, nas palavras do músico, e mantém um “cenário diverso, com novos grupos aparecendo todos os anos”.

“O Armazém, assim como outros espaços culturais, é importante para manter a cultura e as apresentações musicais na cidade. Temos uma ausência grande de palcos [no Município], apenas dois teatros e um desativado. Seria muito bacana que outros espaços abrissem para a música e para o choro, assim como Una, Quartier e Roca, que são nossos parceiros, para difundir esse gênero”, conclui.

Nosso Choro é o segundo EP autoral do saxofonista e arranjador Rafael Velloso, que será lançado nas plataformas digitais em 23 de abril, inspirado por figuras como Ernesto Nazaré, Hermeto Paschoal, maestro Copinha, Zé Bodega e Severino Araújo. Foi produzido em parceria com o Produtor Musical Rodrigo Martins Farias e com apoio na masterização de Marcus Abreu, e construído coletivamente com a contribuição de Guilherme Vieira, Rui Madruga, Fabricio Moura Pardal e Everton Maciel. Conta ainda com a participação especial de Paulinho Martins no bandolim e Matheus Kleber no acordeon.

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