Saúde Mental

Setembro Amarelo: mês dedicado para preservação da vida e práticas preventivas ao suicídio

Muitas vezes ainda tratado como tabu, o assunto merece atenção e cuidado

Foto: Jô Folha - DP - Sinais de alerta devem ser levados em consideração e a busca por ajuda profissional é sempre a melhor prevenção

Por Joana Bendjouya

O mês de setembro é marcado pela campanha que busca prevenir casos de suicídio por meio de incentivos e atenção aos cuidados com a saúde mental da população. Apesar de ser um assunto que ainda preocupa, é muitas vezes encarado como tabu e, por isso, a importância de um mês dedicado a discutir e promover ações a respeito desse tema de saúde pública. Segundo a Psicóloga e Doutora em Saúde e Comportamento, Amanda Neumann Reyes, a conscientização sobre o assunto e a orientação pela busca de tratamento adequado auxilia no acolhimento de pessoas que precisam de suporte emocional e muitas vezes não o fazem, além de evitar julgamentos e situações preconceituosas. “De acordo com os dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), quase 100% dos casos de suicídio estão relacionados às doenças mentais, principalmente aquelas não diagnosticadas ou tratadas de forma incorreta. Isso quer dizer que a maioria dos casos poderiam ter sido evitados se essas pessoas tivessem acesso a tratamento qualificado e principalmente a informações”, alerta.

De acordo com a profissional, esta campanha deve ter a participação de toda a sociedade, que deveria sempre atuar de forma ativa na conscientização da importância que a vida tem e, assim, multiplicar a ajuda e, principalmente, a prevenção, para desfazer o tabu sobre o tema. “Falar sobre o assunto de forma aberta é a melhor maneira de quebrar esse preconceito. É um grande mito achar que falar sobre o assunto vai dar ideia sobre o assunto para alguém. Quando alguém pensa em terminar com a sua vida, ela está pensando em uma maneira de cessar um sofrimento. Os pensamentos, sentimentos e ações estão muito restritivos e ela é incapaz de perceber outras saídas de enfrentar e sair do problema”, explica Amanda.

É importante falar que uma pessoa que apresenta qualquer tipo de risco deve ser acompanhada por um profissional de saúde mental, como psicólogo e/ou psiquiatra e que o tratamento, muitas vezes combinado de psicoterapia e medicação, é a melhor escolha. A psicóloga ressalta que alguns sinais devem ser levados em consideração e, quando percebidos, encarados como alerta para o quadro, mesmo não sendo necessária a manifestação de todos, e nem sempre ao mesmo tempo.

No caso de adultos:
- Ausência de autocuidado
- Tristeza excessiva
- Isolamento
- Sentimentos de inutilidade
- Despedidas sem motivos
- Resolução de pendências
- Frases frequentes como: “quero sumir”
- Tentativas prévias e casos de suicídio na família
- Ideias, intenções ou ameaças suicidas
- Falta de esperança
- Crises circunstanciais, como separação e perda de emprego

Em crianças e adolescentes:
- Relatos frequentes de solidão
- Sentimentos de tristeza
- Perda de interesse por atividades habituais
- Irritabilidade e agressividade
- Ansiedade
- Mudança de apetite
- Alteração no sono
- Aversão social
- Comportamentos de automutilação
- Falas negativas como: “ninguém me ama”, “eu sou inútil”, “ninguém se te minha falta”

Campanha
Com a mensagem deste ano “Se precisar, peça ajuda!”, a campanha do Setembro Amarelo 2023, em sua nona edição, tem como marca principal a conscientização sobre a preservação da vida e a prevenção do suicídio. Durante todo o mês, a iniciativa tem como objetivo chamar a atenção para a importância de discutir e promover ações a respeito do suicídio.
Saiba como procurar ajuda

Amanda explica que, ao sentir necessidade, deve-se imediatamente procurar atendimento especializado, onde terá profissionais capacitados para este tipo de atendimento. Na rede pública, a indicação é procurar os Centros de Apoio Psicossocial (CAPS), que são vinculados ao Sistema Único de Saúde (SUS). Por lá, é possível solicitar atendimento e uma consulta com um psiquiatra ou psicólogo.

Além destes canais específicos de atendimento, inclusive por telefone, é possível acionar o Centro de Valorização da Vida (CVV), que realiza apoio emocional e prevenção ao suicídio, atendendo de forma voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo, podendo ser por telefone, e-mail e chat 24 horas, todos os dia da semana. “É importante que as pessoas saibam aonde buscar ajuda, e que sempre que sentirem a necessidade, façam. Assim como as pessoas próximas também, ao perceber, acionem os serviços”, orienta a psicóloga.

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