Projeção

Enchente na Zona Sul pode ser semelhante à da Região Metropolitana

MetSul emitiu alerta para cheias históricas na região e meteorologista chama atenção para populações se anteciparem à chegada das águas à Lagoa dos Patos

Foto: Volmer Perez - DP - Balneário Valverde, no Laranjal, é uma das zonas consideradas em risco

Por Heitor Araujo e Douglas Dutra

Não se descarta que cheias de proporções semelhantes à da Região Metropolitana aconteçam na Zona Sul, à medida que as águas desçam do Guaíba à Lagoa dos Patos. Este foi o alerta que a meteorologista proprietária da MetSul Meteorologia, que antecipou a enchente de grande proporção no Rio Grande do Sul, Estael Sias, fez em entrevista ao repórter Douglas Dutra, do Diário Popular, transmitida ao vivo pelas redes sociais do jornal no fim da tarde desta quarta-feira (8).

Segundo Estael, a grande enchente de 1941 em Porto Alegre demorou de oito a nove dias para chegar aos municípios de Pelotas, Rio Grande e São José do Norte. Agora, o nível do Guaíba é 60 centímetros mais alto, o que fará o impacto na Zona Sul, provavelmente, ser também histórico.

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"Inevitavelmente, essa água vai chegar à Lagoa dos Patos. Muito provavelmente a partir de sexta, sábado e domingo vocês vão entender a dimensão do que está por vir. As áreas ribeirinhas terão uma cheia muito mais grave", ressaltou a meteorologista.

Ela citou os municípios de Eldorado do Sul, 95% submerso, e de Canoas, que foi 60% atingido. "Falo isso para dar uma ideia, a quem está em Pelotas, da gravidade que antecedeu o que está para acontecer na Zona Sul", salientou Estael.

"Vai ser pior e com população exposta muito maior do que em 1941. A gente não tem ideia como os arroios [ligados ao São Gonçalo] vão reagir, não temos como afirmar qual será o resultado disso, mas estamos aqui para trazer o alerta de que algo grave, na proporção do que aconteceu na Região Metropolitana, irá impactar os municípios da Lagoa dos Patos, principalmente no final da bacia, pela região de Rio Grande e São José do Norte, com grande impacto naquelas populações", complementou.

Os ventos norte, que ajudaram a minimizar os impactos na Zona Sul até esta quarta-feira, já mudaram para sudoeste, o que faz com que a água seja represada na Lagoa dos Patos. Sem uma estimativa mais precisa sobre a velocidade da elevação da água nas áreas urbanas e até que ponto ela vai atingir as ruas e residências, o alerta de Estael é para que a população siga à risca os alertas da Prefeitura e evacue as áreas de risco.

"Serão muitas pessoas precisando de socorro. Se a pessoa não precisa passar por essa angústia, preventivamente, por que não evitá-la? Eu saí de casa na sexta-feira de manhã [em Canoas] e a enchente atingiu minha casa sábado de madrugada. Eu não tinha 100% de certeza que iria chegar, foi uma decisão difícil, mas tive que tomá-la. Muitos amigos que não tomaram essa decisão passaram por situações terríveis que vão deixar traumas", completou a meteorologista.

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