Greve

Calendário acadêmico da UFPel é mantido

Entidades que estão em greve reivindicam suspensão, mas Conselho deliberou pela manutenção das atividades, enquanto movimento estudantil realiza consulta ao alunos

Foto: Jô Folha - Entre placas e camisetas temáticas do comando de greve, os servidores ligados à Asufpel e à Adufpel se mantiveram confiantes durante a realização da reunião do Conselho

Cerca de 70 servidores grevistas, entre técnicos-administrativos e docentes, se mantiveram em vigília por mais de três horas, na manhã desta quinta-feira (18), no campus Anglo, enquanto ocorria a reunião do Conselho Coordenador do Ensino, da Pesquisa e da Extensão (Cocepe) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). As categorias reivindicam a suspensão do calendário acadêmico da instituição enquanto vigorar a greve, o que não foi aprovado pela deliberação com a justificativa de que os estudantes também precisam ser ouvidos antes da decisão.

Entre placas e camisetas temáticas do comando de greve, os servidores ligados à Asufpel e Associação dos Docentes da Universidade Federal de Pelotas (Adufpel), se mantiveram confiantes enquanto ocorria a reunião do Conselho sobre a decisão de suspensão do calendário acadêmico. No entanto, o Cocepe manteve a continuidade das atividades do semestre. A deliberação e a justificativa apresentada, de que seria necessário ouvir os estudantes, causaram indignação nas categorias. "O Cocepe tomou uma decisão, infelizmente, absolutamente equivocada porque, considerando que os alunos estão um pouco desorganizados no seu movimento estudantil, eles usaram esse argumento, que precisam ouvir os estudantes para então suspender o calendário", declara o presidente da Adufpel, Carlos Mauch.

Conforme o representante, o posicionamento do Conselho é incoerente, pois na época de discussão sobre a formação do calendário após a pandemia, os estudantes não teriam sido ouvidos pela gestão da UFPel. "Quando se construiu esse calendário acadêmico absurdo, ela [gestão] não consultou os alunos. Agora ela quer saber o que os alunos opinam, isso é vergonhoso porque sinaliza a falta completa de democracia e respeito aos coletivos", afirma. Para Mauch, a deliberação somente reforça o estado de greve. "Está mantida com toda a sua força e com a indignação dos professores muito maior porque a gestão usa um artifício para ali na frente gerar um conflito entre categorias e para justificar sua decisão autoritária de manter um calendário apesar da decisão coletiva de duas categorias".

Para os servidores da UFPel a suspensão do calendário é necessária, inclusive, para não prejudicar os estudantes, já que em alguns campi, 80% das atividades estariam paralisadas devido a adesão à greve. "Os diretores das unidades acadêmicas também se movimentaram para pedir a suspensão porque há um desequilíbrio completo, como tocar um calendário com só 20% das disciplinas? Não tem como até pedagogicamente".

O Cocepe
Em relação ao apontamento da Adufpel de que na construção do calendários a classe estudantil não teria sido considerada, a vice-reitora da UFPel, Ursula da Silva, rebate afirmando que "teve sim conversas e debates com toda a comunidade acadêmica. Fora isso, os estudantes têm representação discente no Cocepe. Inclusive a posição dos estudantes em 2021 já era de ajuste urgente do calendário", diz.

Já acerca da manutenção do calendário perante a greve, Úrsula explica que a decisão se deu devido ao pedido dos discentes por aguardar uma consulta que será realizada com todos os alunos sobre a questão. "O Cocepe entende a importância da greve como movimento legítimo de lutas. No entanto, os argumentos dos estudantes de que não participaram de discussões dos fatores que levaram à greve, que precisam envolver a todos na análise do que é mais ou menos prejudicial neste momento".

Os discentes
Representante dos estudantes no Cocepe, Wellington da Silva Cidade confirma o pedido do Conselho de Estudantes de Base, na reunião, pela espera de uma consulta. Conforme o estudante de medicina, após a divulgação dos prós e contras, uma enquete será disponibilizada a todos discentes na plataforma Elius, entre quinta e sexta-feira da próxima semana. Somente após o resultado, o movimento estudantil levará seu posicionamento ao Cocepe. "Neste momento a greve é dos professores, não teve um empenho dos sindicatos de procurar os estudantes para construir essa greve junto, como já aconteceu em outras. Como não é uma briga nossa, a gente não tem porque tomar partido".

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