Biodiversidade

Exposição que une arte visual e o bioma pampa inaugura na segunda-feira

Quase Tudo Tem Dois Lados, do botânico João Iganci, estará aberta até maio na galeria JM. Moraes

Foto: divulgação - Exposição do botânico João Iganci une pintura e objetos interativos

biodiversidade. Na segunda-feira, às 19h, ocorre a abertura da exposição Quase Tudo Tem Dois Lados, do artista visual e botânico João Iganci, na galeria de arte JM. Moraes. Com a curadoria de Roberto Heiden, a exposição traz as últimas produções de Iganci, que vão da pintura a objetos interativos.

Neste trabalho, Iganci une as duas áreas em que atua, a botânica e a arte. Segundo o texto de apresentação da exposição, do curador Roberto Heiden, “a dualidade da natureza se desdobra diante dos olhos de João Iganci, revelando tanto sua beleza como sua degradação”.

Segue o curador: “em algumas obras, Iganci explora fundos pretos, criando um intrigante contraste entre a leveza dos objetos e a escuridão ao redor. Além disso, suas flores podem se conectar para formar novas imagens abstratas sobre fundos coloridos, enquanto composições geométricas dão vida a mandalas. Essas dualidades exploradas por Iganci não só convidam à reflexão, mas também estabelecem um diálogo com diversos campos, indo além da ciência e da arte”.

A conservação do bioma pampa e a biodiversidade de plantas estão entre os objetos de estudo de Iganci. O botânico trabalhou com exposições no Museu Carlos Ritter e atualmente coordena o projeto Pampa Singular junto à Universidade Federal de Pelotas (UFPel).

“Percebi que o tempo desde a publicação de um bom artigo científico, até que chegue ao conhecimento de algum tomador de decisão, que se interesse pelo tema e consiga implementar alguma ação de conservação, é longo”, conta o artista.

Pelas atividades como diretor do museu, Iganci diz ter percebido que “ações diretas para levar o conhecimento científico, o mesmo produzido para as grandes revistas, precisa também se diretamente entregue para a comunidade”.

Durante a pandemia, Iganci passou a se dedicar mais à arte e ganhou concursos de ilustrações botânicas, até em 2023 ter o trabalho exposto, pela primeira vez, em Porto Alegre. Neste meio tempo, um de seus orientandos na UFPel descobriu que a família botânica Iridaceae, as íris encontradas exclusivamente no pampa, estão ameaçadas de extinção.

Iganci produziu aquarelas em fundo preto tendo como ponto de partida essas íris do pampa. “O trabalho dialoga com a perda de biodiversidade no bioma”, relata. “As imagens são recortes digitais a partir das ilustrações originais de espécies de Iridaceae do Pampa, aquelas de fundo preto. As imagens recortadas compõem mandalas e vão aos poucos ganhando composições mais complexas em formatos digitais”, conta o artista sobre o material que estará exposto em Pelotas.

A exposição que inaugura nesta segunda-feira estará na galeria JM, na sede do Espaço Àgape, rua Anchieta, 4480. Moraes até o dia 31 de maio, aberta à visitação de segunda a sexta, das 10h às 12h e das 14h às 19h, e aos sábados, das 14h às 18h.

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