Saúde

Influenza: vacinação é um cuidado que vai muito além da prevenção individual

Administrada anualmente, a dose é indicada para proteger contra o vírus da gripe e as complicações da doença, principalmente as pneumonias bacterianas secundárias

Foto: Divulgação - Imunização, em baixa nos últimos anos, é a melhor forma de prevenir o contágio

Por Joana Bendjouya

O inverno ainda não chegou, mas a preocupação com o frio e os cuidados com as doenças respiratórias já despertam sinais de alerta.Desta forma as campanhas de vacinação estão a todo vapor no País, alertando para a sua importância e os riscos caso a população não esteja imunizada. A vacina contra a Influenza, que iniciou nesta semana, tem por objetivo reduzir a circulação do vírus da gripe e evitar o agravamento de doenças como pneumonia, sinusite e até problemas cardíacos, principalmente em crianças, idosos e portadores de doenças crônicas, considerados os grupos de risco e assim também prioritários no processo da vacinação.

O que é a gripe?
Se trata de uma infecção que ataca os pulmões, garganta e nariz, sendo transmitida por gotículas infectadas pelo vírus Influenza. Seu período de incubação pode variar de um a quatro dias e, apesar de poder ser contraída durante todo o ano, tem como pico de contágio os meses mais frios, conforme explica o clínico geral João Eduardo Sierra. “O Brasil é um país tropical, então, com exceção do Sul, os demais estados não têm tanta oscilação de temperatura. Mas aqui a realidade é diferente e precisamos de um período de mais ou menos 14 dias para que a vacina tenha seu efeito validado. Assim, quando os primeiros frios iniciam com a chegada do outono, é o período indicado para iniciar esses cuidados e isso inclui a vacinação.”

No entanto, em alguns casos, podem exigir inclusive internação hospitalar devido ao agravamento de quadros para outras enfermidades, sendo especialmente preocupante em bebês com menos de seis meses de vida. “A principal forma de evitar o contágio e complicações é estar com o quadro vacinal completo e em dia. Desta forma é possível evitar os agravamentos de síndromes respiratórias e é exatamente o que nós médicos precisamos que a população entenda. Precisamos evitar que a população adoeça”, enfatiza Sierra.

Prevenir é melhor do que remediar
Conforme salienta o médico, a melhor forma de se prevenir com segurança contra a gripe e suas complicações é a vacinação anual. Mesmo assim, alguns cuidados básicos podem ajudar a evitar o contágio não só da gripe, mas de outras doenças virais comuns nesta época do ano.

Gripe x resfriado
Causado pelo rinovírus e transmitido pelo contato direto ou indireto com as secreções da pessoa contaminada, o resfriado é uma infecção de trato respiratório que causa sintomas semelhantes aos da gripe, entre eles congestão nasal, espirros, além de olhos lacrimejantes, mal-estar e febre. Resumidamente, o resfriado não costuma gerar muitas preocupações por ser menos letal do que a gripe, normalmente ter sintomas mais amenos, requerer um tempo menor destinado para recuperação.

Outra diferença entre o resfriado e a gripe está no tratamento. De acordo com o médico, o vírus Influenza sofre mutações constantes e novos medicamentos são testados e lançados continuamente para se manterem eficazes contra a doença. Os remédios, assim como as vacinas, não matam o vírus, mas ajudam a aliviar os sintomas. “Estamos em uma fase muito delicada, muitas pessoas desacreditadas das vacinas e da proteção que ela pode oferecer. Desta forma, existe o risco de possíveis epidemias que já estavam erradicadas voltarem. As vacinas são uma proteção muito importante para evitar as transmissões e os medicamentos vão apenas diminuir a sensação de mal-estar e dores no corpo, além de controlarem a temperatura corporal do paciente”, salienta.

Sierra explica ainda que, no caso do tratamento contra o resfriado, é indicado apenas o uso de anti-inflamatórios, vitamina C e cuidados especiais quanto a uma boa alimentação e hidratação.

Quantos dias a gripe pode durar?
Os sintomas costumam aparecer entre o segundo e quarto dia após primeiro contato com o vírus e, na maioria dos casos, duram de três a sete dias. No entanto, alguns pacientes se recuperam mais lentamente, o que pode levar até 15 dias após os primeiros sintomas. “Cada organismo terá uma resposta, depende muito da imunidade de cada pessoa. A tosse e o cansaço, por exemplo, podem durar semanas até desaparecerem por completo”, comenta.

O médico alerta ainda que, caso manifeste alguns dos sintomas, é muito importante fazer o uso da máscara e procurar atendimento médico. “A pandemia de Covid-19 nos deixou uma lição que os povos orientais já tinham, de nos preservarmos e preservarmos os próximos com o uso da máscara, assim como o álcool gel. Esta é uma dupla que deve estar aliada aos nossos cuidados”, comenta.

Influenza
Uma infecção viral aguda, que afeta o sistema respiratório e é de alta transmissibilidade.Esta é a definição da Influenza, tendo os seus sintomas muitas vezes confundidos com os da Covid-19. Quanto à imunização, a vacinação contra a Influenza é uma das medidas de prevenção mais eficientes para se proteger, além de contribuir para a redução da circulação viral na população, especialmente nos indivíduos que apresentam comorbidades.

Campanha de vacinação
A vacina que será aplicada na atual campanha é composta por três tipos de cepas do vírus Influenza (A-H1N1, A-H3N2 e B). Para os adultos, o esquema é de dose única. Já para as crianças abaixo dos nove anos de idade, se estiverem recebendo a imunização para a gripe pela primeira vez, devem fazer duas doses, com intervalo de quatro semanas entre elas. O médico salienta ainda que diferente de outras, esta pode ser aplicada na mesma ocasião de outras vacinas, inclusive junto da dose contra a Covid-19.
Importante estar atento ao calendário disponibilizado no seu município sobre o esquema de vacinação que iniciou nesta semana em todo País. Algumas cidades irão iniciar com idosos e crianças e depois, conforme forem recebendo demais doses, a aplicação será ampliada para demais pessoas. “Todos serão vacinados, alguns na primeira e outros nas demais semanas.Todos os municípios farão o que chamamos de ‘Dia D’, destinado à vacinação da Influenza. Neste dia, todos os postos estarão preparados para aplicação da vacina, o que não pode é deixar de fazer”, ressalta Sierra.

Queda nas coberturas
O Rio Grande do Sul, assim como os demais estados, tem registrado diminuição na procura de doses contra a gripe. Segundo a Secretaria de Saúde do Estado, nos últimos cinco anos estes números estão diminuindo consideravelmente, sendo que o ano passado foi o de menor índice na série histórica.

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