Varizes

Alta tecnologia permite tratamento de varizes menos invasivo

Especialista conta que o procedimento é rápido, com recuperação segura e minimamente invasivo

Foto: Divulgação - Ultrassom doppler: diagnóstico de varizes e mapeamento venoso para planejamento do tratamento. Os tratamentos também são, em sua maioria, guiados por ultrassom, e não mais às cegas.

Por Joana Bendjouya

Quando o assunto é varizes, muitas pessoas sentem desconforto e insatisfação, principalmente com a aparência. Mas elas também podem apresentar sintomas como dor, inchaço, sensação de peso e cansaço nas pernas, o que pode afetar a qualidade de vida e o bem-estar. Além disso, a presença de varizes também pode levar a complicações mais graves como, por exemplo, úlceras e trombose venosa profunda.

Para entender como o quadro acontece, é importante saber que as varizes são veias que um dia já foram normais mas acabaram dilatando e se tornando tortuosas, se acumulando na superfície da pele e com a sua função alterada.
Normalmente elas surgem nos membros inferiores, possuem coloração em tons de azul ou roxo e podem ser palpáveis e percebidas visivelmente. Algumas vezes, é possível ver na região o surgimento de vasinhos avermelhados. Quando elas surgem por questões genéticas, são chamadas de primárias, mas quando decorrem de outra doença, são consideradas varizes secundárias.

Principais sintomas
Além do aparecimento de marcas azuis e roxas nas pernas, existem alguns fatores que podem indicar a presença de varizes. São eles:

É mais comum o aparecimento de varizes nos membros inferiores, pois são onde estão as veias que conduzem a volta do sangue até o coração. Estas veias possuem válvulas que, quando estão em perfeito funcionamento, impedem o refluxo do sangue para os pés pela força da gravidade.

A Cirurgiã Vascular Camila Kill explica que quando, por alguma razão, essas válvulas não estão desempenhando bem o seu papel, o sangue reflui, aumentando o volume das veias que, consequentemente, terão uma deformação nas suas paredes, causando inchaço nos membros. “Ter varizes não significa que a veia está entupida, e sim que o sangue consegue ascender da perna em direção ao abdômen, mas ocorre um refluxo”, explica.

Principais tratamentos
As intervenções disponíveis para acabar com as varizes e os incômodos causados por elas evoluíram muito. A microcirurgia e a cirurgia ainda são procedimentos utilizados, mas, atualmente, a indicação tem reduzido progressivamente devido aos novos métodos, classificados como menos invasivos. “O que possibilitou aos médicos tratar as varizes de maneira menos invasiva, primeiramente, foi o ultrassom Doppler e a ampliação do uso dele, assim como conhecimento da termodinâmica da perna, principalmente do fluxo das veias, o caminho que o sangue percorre e como a perna se comporta com veias doentes”, ressalta Camila.

Microcirurgia de Varizes

A microcirurgia de varizes é feita em consultório, com cirurgião vascular e anestesia local. Nesta cirurgia, o médico remove as veias doentes através de microincisões. É um procedimento que não exige repouso. A principal recomendação é evitar a exposição solar até o desaparecimento dos hematomas. “O paciente levanta do procedimento e vai tocar o seu dia a dia, não precisa repouso”, enfatiza a médica.

Escleroterapia
Este tratamento é indicado para tratar de varizes e vasinhos nas pernas, sem a necessidade de realizar cirurgias e procedimentos mais invasivos. Para esta modalidade de tratamento, é injetado um medicamento com o objetivo de causar uma reação inflamatória local e, consequentemente, oclusão do mesmo. Alguns medicamentos podem ser utilizados. Antigamente era utilizada somente com glicose, mas atualmente é possível conseguir reduzir o número de sessões quando essa técnica é associada ao laser transdérmico .

Laser transdérmico
Esse método utiliza a aplicação de uma luz muito específica e intensa utilizada para tratar alguns tipos de varizes de pequeno calibre. O procedimento usa um calor intenso no local aplicado, promovendo assim a contração e destruição da veia dilatada. O laser transdérmico também é utilizado associado à escleroterapia tradicional ou espuma densa para tratar varizes maiores, que são conhecidas como nutridoras de outros vasos menores. Para minimizar qualquer desconforto e evitar danos à pele, é utilizado em conjunto um jato de ar gelado durante o procedimento. É um tratamento eficaz e recomendado para microvarizes e varizes de pequeno calibre. “Não precisa preparo, o que precisa é um bom mapeamento venoso para conseguir ver quais veias irá tratar”, explica a médica, se referindo aos tratamentos inovadores.

Escleroterapia com espuma
Para fazer o procedimento, o médico localiza a veia por meio do ultrassom e, em seguida, faz a injeção da substância em textura de espuma diretamente na veia, o que faz com que ela se feche e o sangue seja redirecionado, melhorando dessa forma a circulação sanguínea e combatendo as varizes e os pequenos vasinhos. Este tratamento é indicado para pacientes com varizes de médio e grosso calibre. A técnica é realizada no próprio consultório e por não ser invasivo, o paciente é liberado no mesmo dia. Conforme explica Camila, os tratamentos são elaborados individualmente, após uma avaliação detalhada, para isso é utilizado um mecanismo que auxilia no diagnóstico preciso, através de uma luz de realidade aumentada e do ultrassom, ambos na consulta que antecede o procedimento. “O grande benefício é que são pouquíssimo invasivas e na maioria delas não é necessário nem anestesia, ou, no caso do endolaser, usamos anestesia local e mais nada”.

A médica explica que não tem uma faixa etária determinada para cirurgia ou operação acontecer, mas que podem começar a surgir as primeiras varizes a partir dos 20 anos, com pico de piora aos 40. “Com este cenário de surgimento dos vasos dilatados, normalmente os pacientes começam a procurar tratamento em torno dos 27 anos”, comenta.
Preocupado com a probabilidade aumentar as varizes e também em acabar com o mal-estar causado por elas, mas sem precisar se submeter a cirurgias invasivas, é que Igor Cunha precisou realizar o procedimento aos 25 anos. Nesta idade já apresentava veias bem calibrosas, que atrapalhavam a sua rotina, com incômodos estéticos além de dores. “Minha perna direita tinha veias bem volumosas, sempre tinha uma precaução ou outra na minha rotina diária. Procurei pelo procedimento sem cirurgia para que eu pudesse ter um retorno às minhas atividades sem muito repouso. Todo processo para mim foi muito tranquilo, desde o plano de mapeamento das veias até o pós-operatório, quando sai andando do procedimento, para mim foi sensacional”, relata.

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