Proteína: Qual é a importância desse nutriente para o organismo?

Muito além do ganho muscular, elas têm diferentes origens e desempenham funções vitais

Foto: Divulgação - É possível ter uma boa reserva de proteína mesmo sem ingerir carne

Por Joana Bendjouya

Uma dieta balanceada com o consumo equilibrado de proteínas, carboidratos e gordura é fundamental para o bom funcionamento do organismo, sendo cada um deles responsável por fornecer energia para o nosso organismo, além de diversos outros benefícios. A proteína, por exemplo, é fundamental para a construção e manutenção de tecidos como músculos, pele, ossos e órgãos. Elas formam substâncias vitais para o organismo como hormônios, enzimas, neurotransmissores e anticorpos.

Segundo a nutricionista Mônica Bergmann Correia Vohlbrecht, pelo fato da proteína ser um macronutriente, ou seja, um item de importância fundamental para o funcionamento do corpo, ela atua em diferentes mecanismos corporais como a manutenção e reparação muscular. É importante para equilibrar a taxa proteica do músculo, a modulação imunológica, responsável pela formação de anticorpos que atuam na defesa corporal, formação do sistema nervoso, regulação do fio capilar, da pele e unhas, uma vez que a elasticidade e formação do folículo piloso dependem de proteínas como o colágeno.

“A proteína tem uma função estrutural no nosso corpo, ou seja, nossa estrutura óssea, nossa estrutura de pele, de órgãos, tudo isso é composto por proteínas. Quando existe um déficit protéico, acaba ocorrendo uma desnutrição protéica. É fácil notar o enfraquecimento no cabelo, nas unhas... Mas a perda do colágeno não é uma preocupação somente estética, pois quando se perde colágeno terá impacto direto nas articulações, prejudicando a estrutura dos ossos”, alerta.

Em alimentações restritivas ou não, o consumo de proteínas é indispensável, pois são elas que garantem os aminoácidos essenciais, aqueles que não são produzidos pelo organismo.

Principais funções
É comum ouvirmos falar sobre consumo de proteínas quando o assunto é ganho de massa muscular ou sensação de saciedade, mas o trabalho feito por elas vai muito além disso. As proteínas são vitais para o funcionamento do organismo, atuando nas mais diversas funções. São elas as responsáveis pelos níveis de glicose, fazem parte do hormônio do crescimento e nivelam as reações químicas do organismo, sendo essa última função de responsabilidade das enzimas, um tipo de proteína que mantém tudo funcionando no corpo. As proteínas ainda têm funções de defesa, já que estão presentes nos anticorpos e evitam hemorragias por meio da coagulação. Também são elas que transportam oxigênio no sangue e nos músculos e auxiliam o organismo a ter reservas de nutrientes que são indispensáveis para a manutenção do corpo. No processo de digestão, as enzimas são as proteínas que quebram os nutrientes para que eles sejam mais facilmente absorvidos pelo organismo.

Proteína animal ou proteína vegetal?
Escolhas alimentares e dietas restritivas costumam gerar algumas dúvidas, sendo as fontes alternativas de proteínas um dos principais questionamentos para quem deixa de consumir alimentos de origem animal. No caso dos veganos, vegetarianos e pessoas que buscam diminuir o consumo de carne, essa fonte deve vir necessariamente dos vegetais.

As proteínas que são de origem animal são encontradas na carne, ovos, leite e derivados e são chamadas proteínas de alto valor biológico, já que apresentam maior concentração de aminoácidos. De acordo com a nutricionista, esse tipo de alimento é composto pela quantidade suficiente de proteínas essenciais para o nosso organismo. Já as proteínas de origem vegetal, sendo encontradas nos cereais, raízes, leguminosas e hortaliças têm valor biológico essencial, por isso é preciso complementar os aminoácidos delas de alguma maneira, seja em combinações ou porções de proteína. “Eu sempre recomendo as alimentações combinadas, como um par, o arroz com feijão por exemplo, e complementar com alguma proteína vindo de vegetais ou ainda proteína isolada. Existem opções no mercado como a proteína em pó, que pode ser adicionada em panquecas, batidas e qualquer preparação para atingir a necessidade nutricional”, orienta a nutricionista.

Para o videógrafo Gabriel Palma de Medeiros, o cuidado com o consumo dos nutrientes, principalmente a proteína, é algo que recebe sua atenção diária. Ele e a esposa são vegetarianos desde que os filhos gêmeos, hoje em dia com oito anos, nasceram. “Foi uma decisão nossa, estudamos muito sobre o assunto, começamos a entender e acreditamos que a gente é o que a gente come, por isso optamos por uma alimentação bastante saudável e equilibrada.”

Gabriel conta que, desde então, começou a ficar mais atento sobre a questão nutricional de tudo que a família consome.Quantidades, variedade e composição do que é consumido recebem um olhar especial. “Eu me tornei um leitor de rótulos, procuro tudo que consta nas embalagens e no que vamos levar para casa. Procuro, assim, equilibrar e manter um ambiente saudável dentro do corpo”, comenta.

Ele explica que, ao contrário do que muitos pensam, não é uma tarefa mais difícil manter a vida sem consumo de carne e combinar o paladar das crianças com essa escolha. “Existe uma infinidade de possibilidades de combinações de alimentos que podem suprir todas as necessidade nutricionais, além disso é possível comer ‘porcarias’ também. Hoje em dia tem hambúrguer feito a base de plantas que nos permitem ter sabores e prazeres que talvez não poderíamos só comendo carne.”

Com a atenção específica ao consumo de proteína, Gabriel conta que costuma carregar barras de proteína, opções bastante conhecidas pelo público que realiza treinos físicos, mas que podem ser consumidos para quem busca opção alimentar com alto valor proteico e nutritivo. “Se vamos consumir alguma refeição que não terá uma porção de proteína, nós compensamos em uma sobremesa com proteína, uma dose de aminoácidos essenciais no suco, que gostamos muito. Nos adaptamos facilmente. De maneira geral, nossa alimentação é muito baseada em grãos. Procuramos pelo menos ter uma opção diária no prato, além de ovos e muitos legumes”, explica.

Em comparação com as moléculas de origem animal, os vegetais têm algumas vantagens: são ricos em antioxidante, têm menor teor de gordura e são também excelentes fontes de fibras. Em contrapartida, as proteínas vegetais têm menor concentração de vitamina B12, substância de extrema importância para a saúde neurológica. Para suprir essa falta, pessoas que optam por dietas veganas precisam fazer a suplementação conforme orientação do médico ou nutricionista. “Às pessoas que têm a opção vegetariana ou vegana, é muito importante que saibam fazer as substituições corretas quanto às proteínas. Evitar o aumento do consumo de carboidratos, principalmente os refinados, pois esses alimentos têm um teor reduzido de proteína. Então é importante sempre associar uma proteína de origem vegetal ao cardápio”, explica a nutricionista.


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