No dia 12 de abril é comemorado o Dia Nacional do Obstetra. O profissional, responsável por cuidar das gestantes, é a peça principal durante todo o processo, desde o planejamento da gravidez até o nascimento do bebê. Nesta data especial, o DP conversou com a médica ginecologista e obstetra Camilla Viegas, que falou sobre a importância de um acompanhamento durante os nove meses de gestação.

No geral, a obstetrícia lida com a reprodução da mulher, focando nos cuidados durante todo o período gestacional, parto e puerpério, ou seja, o período após o parto. O obstetra cuida de todo o acompanhamento pré-natal, prestando o auxílio necessário em todos os momentos e passando confiança para as grávidas.

A data
A palavra obstetra teve origem do latim "obstetrix", que significa "ficar ao lado de". Como a própria definição, são esses médicos que acompanham a mulher durante um dos momentos mais importantes da vida.

O 12 de abril, por si só, já destaca e celebra a existência desses profissionais na sociedade. "O Dia do Obstetra é caracterizado por parabenizar aqueles que acompanham a paciente desde a pré-concepção, até a data do nascimento do bebê, e no pós-parto também", destaca Camilla.

Para a médica, comemorar a data é significativo e reforça que a presença de um bom obstetra no período gestacional passa mais segurança para a gestante. "É importante lembrar que para ter um bom parto a gente precisa ter um bom obstetra e um bom vínculo entre a paciente e o obstetra também, que vai ser estabelecido durante as 40 semanas de gestação."

Importância do pré-natal
Caracterizado por um conjunto de ações, exames e procedimentos que irão cuidar da saúde da mãe e do bebê, o pré-natal é o atendimento médico que conduz a mulher durante toda a gestação. Durante esse período, são realizados procedimentos laboratoriais que servem para identificar e tratar doenças que podem trazer prejuízos à saúde da mãe ou da criança.

"É no pré-natal que a gente consegue detectar doenças prévias da gestação, detectar doenças que surgiram na gestação e tratar elas adequadamente da melhor maneira possível, porque a gente sabe que quanto mais bem tratado, menor a chance de intercorrências, que seriam: parto prematuro, diabetes complicada, pré-eclâmpsia, eclâmpsia, que são doenças ainda bem existentes no pré-natal. Se acontecer do bebê nascer com parto prematuro ou alguma outra comorbidade, ele acaba tendo consequências na primeira infância e na vida adulta", explica a obstetra.

Camilla esclarece como funciona o acompanhamento durante esses meses. "No início são consultas mensais, até as 28 semanas de gestação. Das 28 às 36 [semanas], a cada 15 dias. Depois das 36 semanas a gente vê a paciente toda semana. Por que? Porque quanto mais perto do parto, maior a chance de intercorrência."

Geralmente, os médicos obstetras solicitam exames importantes que vão diagnosticar problemas mais cedo. São três grandes levas no primeiro, segundo e terceiro trimestre de gestação. "Exames de sangue, urina e de imagem, ultrassom, ecocardio fetal", salienta.

Camilla também evidencia o porquê é importante realizar o pré-natal com um obstetra, ao invés de procurar por outro profissional. "Porque a gente fica bem atento a quando que vai pedir. Não é só pedir o exame, cada exame tem uma idade gestacional certa para ser feito. Se fizer antes ou depois não vai ter a mesma validade. Então, quanto mais assíduo e correto for esse acompanhamento, maior a chance de sucesso e bem-estar, tanto para a mãe, quanto para o bebê."

Durante as consultas de pré-natal, o obstetra também deve orientar a paciente com relação à dieta, higiene, sono, hábitos comuns na vida da gestante. Esse tipo de assistência é o primeiro passo para o parto e nascimento humanizados, ressaltando uma relação de respeito que os profissionais de saúde devem estabelecer com as mulheres durante o processo.

O pré-natal também busca planejar o futuro, preparando a mulher para a maternidade, para aquelas mães de primeira viagem, e oferecendo informações de parto e cuidados com a criança. Durante as consultas, os pais podem esclarecer todas as dúvidas e criar um vínculo com o médico e a equipe, o que torna o momento do nascimento do bebê mais seguro e confortável para a família.

Como escolher o profissional ideal?
Encontrar o obstetra ideal para o momento pode ser uma tarefa difícil. O fato é que a escolha vai depender de cada mulher. Entretanto, mesmo sendo uma decisão pessoal, todas as gestantes desejam alguém que tenha respeito, saiba ouvir e, acima de tudo, se preocupe e entenda as preferências de cada uma. Se sentir confortável com o profissional é muito importante.

Para iniciar a busca pelo médico que irá realizar o pré-natal, é essencial saber as principais vontades. O local que quer ter o bebê e o tipo de parto que deseja. Ao tomar essas decisões, o médico escolhido deve apoiar e esclarecer todas as dúvidas. "Procure um profissional que você se identifique, que respeite seus desejos e planos, que seja atualizado e te passe confiança e que vocês desenvolvam um bom vínculo para as tomadas de decisões conjuntas", orienta Camilla.

Se a mulher já possui um médico de confiança em outra especialidade, uma dica é pedir a indicação de um obstetra. Além disso, conversar com amigas e familiares que já tiveram filhos e realizaram pré-natal é uma alternativa para ter mais opções de escolha.

Principais objetivos

O pré-natal tem como principal função preparar a mulher para a maternidade, trazendo informações educativas sobre o parto e o cuidado com a criança. Outros objetivos desse processo são:

- Orientar a mãe sobre hábitos de vida
- Orientar sobre a manutenção do estado nutricional apropriado
- Orientar sobre medicações que podem afetar o feto ou o parto
- Tratar de doenças existentes
- Fazer prevenção, diagnóstico precoce e tratamento de doenças próprias da gestação ou que sejam intercorrências previsíveis dela
- Orientar psicologicamente a gestante para o enfrentamento da maternidade

Benefícios do pré-natal

- Permite identificar doenças
- Detecta problemas fetais
- Avalia aspectos relativos à placenta e, dessa forma, possibilita tratamento adequado
- Identifica precocemente a pré-eclâmpsia, caracterizada pela elevação da pressão arterial, cefaleia, visão turva, dor epigástrica e outros sintomas
- Ajuda a prevenir o parto prematuro, que ainda possui altas taxas em comparação com países desenvolvidos​