Alerta

Deságue do Guaíba na Lagoa dos Patos deverá ocorrer de forma gradual, estima Agência da Lagoa Mirim

Mesmo sem a intensidade que causou enxurradas no Centro do Estado e inundações na Capital, fluxo deverá causar cheias em áreas ribeirinhas

Arte: DP - Fluxo deve ocorrer em menor intensidade na região sul

Alimentadas por rios da região central do Estado, as águas da bacia hidrográfica do Guaíba escoam pela Lagoa dos Patos para posteriormente desembocar no mar. Com a cheia do Guaíba acima dos 5 metros, o temor é que o cenário de inundações se repita em Pelotas, Rio Grande e São Lourenço do Sul a partir da chegada do grande volume de cheia. De acordo com informações da Agência de Desenvolvimento da Lagoa Mirim, o deságue deve ocorrer de forma gradual nos próximos dias, sem grandes possibilidades de alagamentos com alta velocidade e em grandes extensões. Mesmo assim, regiões ribeirinhas devem ser atingidas pelas elevações, principalmente com as chuvas que caem na Zona Sul.

A partir do monitoramento do fluxo que chegará nas Lagoa dos Patos, a previsão é que o caminho das águas até a região seja de forma mais branda, sem a intensidade de correnteza que atingiu o centro do Estado e Porto Alegre. Com a vazão mais gradual, são menores na Região Sul as possibilidades de estragos de grandes proporções causados por enxurradas como nas cidades atingidas nos últimos dias. No entanto, inundações deverão ocorrer em todas as áreas próximas aos corpos de água. De acordo com o diretor da Agência da Lagoa Mirim e engenheiro hídrico, Gilberto Collares, o acompanhamento por satélite na tarde de ontem apontava que os sedimentos que seguem com o curso das águas estavam descendo em Tapes.

Com as chuvas que caem na Zona Sul e no Uruguai, principalmente nas regiões de rios como o Cebollatí e Tacuarí, que desaguam no canal São Gonçalo e na Lagoa dos Patos, a elevação das águas deverá dificultar o escoamento dessa bacia para o canal do Rio Grande e consequentemente para o mar. Cenário que favorece um ritmo maior de cheias em Pelotas. “A água fica represada na bacia do canal São Gonçalo podendo causar inundações em regiões próximas ao canal”, explica.

Mesmo diante do cenário de grandes volumes de precipitação somado com a chegada do deságue do Guaíba, Collares reforça que a intensidade da água não deverá se equiparar ao restante do Estado. “Eu não vejo esses alagamentos acontecendo igual a Porto Alegre e muito menos o que aconteceu nas regiões dos vales, como Lajeado, pelo fluxo e velocidade das águas. A gente consegue enxergar como está se movimentando, vai levantando o nível [da Lagoa e Canal São Gonçalo], São Lourenço do Sul é uma cidade que corre risco como sempre com eventos de chuvas”.

O engenheiro relembra ainda que na inundação ocorrida em 1941, foram cerca de 32 dias para a capital gaúcha retornar à normalidade do nível do Guaíba, e que somente nove dias depois que Porto Alegre atingiu a cota de inundação que todo o fluxo da água começou a chegar em Rio Grande. Diante disso, o reforço de alerta é para que as pessoas que residem em áreas de risco permaneçam nos abrigos.

O trabalho realizado pela Agência de Desenvolvimento da Lagoa Mirim é em conjunto com especialistas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Universidade Federal do Rio Grande (Furg).​​

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