Educação

Colégio Assis Brasil tem aulas suspensas e horários reduzidos por falta de professores

Segundo a escola, alguns professores estão de atestado médico e não há profissionais para substituí-los; reunião entre pais e direção da escola foi realizada nesta terça

Foto: Volmer Perez - DP - Pais e professores conversaram sobre a situação em reunião

Desde o início do ano letivo, os alunos do Instituto Estadual de Educação Assis Brasil têm vivido em meio a várias incertezas relacionadas aos dias e horários das aulas. Segundo o que relatam diversos pais de estudantes, muitas aulas têm sido realizadas em períodos reduzidos, com ausência de certas disciplinas, havendo dias em que as aulas são, inclusive, suspensas. Os comunicados sobre a duração exata de cada aula chegam aos pais diariamente através de grupos no WhatsApp, momentos antes do horário em que os alunos deveriam entrar na classe fosse normalmente. A direção da escola, conforme argumentam os pais, indica que os professores não estão indo à escola, justificando suas faltas com atestado médico. A escola também não possui profissionais substitutos à disposição, o que piora o caso.

Os pais reclamam que o problema, embora aconteça desde o início do ano, já ocorria pontualmente nos anos anteriores, refletindo um cenário caótico. Desde a pandemia, a dificuldade na manutenção no quadro de professores da escola é a realidade. Nesse momento, por exemplo, ao mínimo duas vezes por semana, os alunos do sexto ano não têm aula, já que o professor de Língua Portuguesa está afastado por motivo de doença, com apresentação de atestado médico, e não tem quem preencha essa lacuna até agora. A mesma turma também não tem tido aulas de Educação Física pela mesma razão. Segundo relatos, ainda, a professora responsável pela aula de Matemática tem feito um encontro paralelo entre duas turmas, também pela escassez de docentes.

“Se eles têm aula num dia, no outro dia não tem. O horário de aula é das 13h30min até às 17h45min, mas na maioria dos dias eles saem às 16h, quando tem aula. Na segunda-feira, por exemplo, a aula dele, de 13h30min, começou às 14h30min, e foi até às 17h45min”, diz João Larroza Neto, pai de aluno do sexto ano. Os pais têm sido avisados diariamente do atraso na entrada dos alunos na escola, a antecipação da saída, ou o cancelamento integral da aula. “Se temos professores que ficam doentes, a escola tem que ter um plano B para substituir esses professores para que os alunos tenham a sua aula no período cheio, que é das 13h30min às 17h45min”, requer Luana Dias, mãe de outro estudante.

Reunião entre pais e direção
Descontentes com o que tem acontecido, os pais sugeriram uma reunião entre pais e equipe diretiva da escola. O encontro foi realizado na tarde desta terça-feira (23), no Colégio Assis Brasil, com objetivo de sanar as dúvidas sobre professores substitutos e iniciar a busca por soluções. “Eu acho que a escola também precisa dar uma resposta, porque não é possível que a gente continue nessa situação. Mas eu entendo que há um problema maior, que é um problema de gestão, de sucateamento da educação pública. Isso se reflete na educação dos nossos filhos. Então, eu acredito que a gente vai conseguir alinhar algumas coisas e com certeza essa luta não vai terminar na reunião”, declara Clarissa.

Na oportunidade, estiveram presentes representantes da escola, que elucidaram algumas questões dos pais e declararam que enfrentam diversos problemas estruturais e organizacionais deixados por antigas gestões da escola, o que explica o lapso para algumas tomadas de decisão. Sobre professores substitutos, a direção pontuou que tem o controle sobre a parte administrativa da escola, porém não podem movimentar nada sem o aval do Estado. Por isso, solicitaram que houvesse um movimento mais intenso, coletivo e ordenado, com o colégio aliado aos pais, que pressionasse de alguma forma a coordenadoria de educação, como a produção de um abaixo-assinado, por exemplo. “Protocolem os pedidos junto à 5ª CRE, para que professores substitutos sejam direcionados à escola”, disse Valesca Gonçalves, vice-diretora administrativa do Assis Brasil.

Contato com a 5ª CRE
Incomodados com a situação, os pais se juntaram em uma comissão e levaram o caso até a 5ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE). Para a mãe Clarissa Cardoso, há um descaso por parte da coordenadoria em relação ao contexto. “Quando a gente procura a coordenadoria, eles dizem que a escola é que tem que dar um retorno, sendo que, como a escola está com esse problema, tanto no quadro quanto na questão de alinhamento pedagógico e de horários, a coordenadoria tem, sim, responsabilidade em relação a isso. É para isso que a 5ª CRE existe”, julga a mãe.

Resposta
A 5ª CRE nega que haja falta de professores no instituto. Em nota, diz que a “escola está resolvendo pontualmente a situação, com acompanhamento e apoio da coordenadoria regional, pois casos de Licenças de saúde são imprevisíveis e, na medida do possível, as escolas ajustam os horários e atendem os alunos. Em relação à demanda de professores, quando elas existem, o que não é este caso, são solicitadas pela escola e atendidas. Em dezembro de 2023 a Assembleia Legislativa autorizou a contratação emergencial de até 9 mil profissionais da Educação entre professores e funcionários como merendeiras, serventes de limpeza e monitores para Educação Especial. E, além do concurso de 2023, em que ingressaram mais de 1,3 mil novos professores, no decorrer no segundo semestre de 2024 será realizado mais um concurso para mais 3 mil vagas efetivas nas mais diversas áreas do conhecimento. Está previsto também um terceiro concurso público destinado aos professores, para 2025.” ​

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