Meio Ambiente

Parque do Albardão continua alvo de polêmica em Santa Vitória do Palmar

Projeto do ICMBio de preservar a biodiversidade e fomentar ecoturismo enfrenta resistência da Prefeitura e parte da comunidade local

Divulgação - Prefeitura de SVP - DP - Audiência ocorreu na última terça-feira na sede da Furg em Santa Vitória do Palmar

Cerca de 300 pessoas contrárias à criação do Parque Nacional Marinho de Albardão, em Santa Vitória do Palmar, alegam terem sido barradas da audiência pública realizada na última terça-feira (30) na sede da Universidade Federal de Rio Grande (Furg) no Município. A audiência fez parte do processo de consulta pública do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), que capitaneia a criação do parque de preservação ambiental na região do extremo sul da Zona Sul.

A alegação dos manifestantes é de que houve “falta de democracia” por parte da organização da audiência, que barrou a entrada de pessoas devido à lotação máxima do auditório disponibilizado pela Furg. “Para mim foi um triste episódio, sem profissionalismo, se fizeram acompanhar por policiais federais armados, brigada militar… a mensagem que me transmitiram foi de que sabiam das inconsistências do projeto”, alega a arquiteta residente de Santa Vitória do Palmar, Marilda de Marco.

Segundo ela, foram liberadas as entradas de dez pessoas de meia em meia hora, o que causou a insatisfação dos presentes, que então cantaram “protestos, palavras de ordem e o hino nacional, mas nada adiantou”, relata Marilda.

A criação do Parque do Albardão é alvo de polêmica em Santa Vitória do Palmar. O prefeito Wellington Bacelo (MDB) manifestou-se no Diário Popular no último dia 27 em sentido contrário à criação do Parque, sob a justificativa de o projeto ter sido feito de forma “abrupta” e que prejudicaria o desenvolvimento econômico e social do Município. Bacelo considera que a criação do Parque, que abrangerá uma área de 1,6 milhão de hectares (98% no oceano) em uma distância costeira de 54 quilômetros, afetará o projeto de captação de energia eólica off-shore (em alto-mar). “Os danos vão muito além da pesca e do turismo”, afirmou o prefeito.

Para o Diário Popular, em abril, o coordenador de Desenvolvimento Institucional do Instituto Baleia Jubarte, José Truda, afirmou que a criação da área de preservação não afetará a possibilidade dos parques de energia eólica, tampouco a exploração de petróleo e gás natural na Bacia de Pelotas. O projeto tem como base a preservação de espécies da fauna ameaçadas de extinção, como a toninha e o boto-de-Laihlle, e o fomento à pesquisa científica, além de pretender gerar emprego e renda pelo ecoturismo. A biodiversidade na região ainda mantém a presença de baleias-francas, leões e lobos marinhos, tartarugas, 15 espécies de aves marinhas e costeiras e 27 de aves pelágicas.

Segundo Truda, a criação do Parque “permite por um lado a proteção integral dos recursos, ou seja, dentro do parque não pode ter mineração ou pesca, e por outro lado privilegia usos não extrativos desses recursos, que é o caso turismo (...) Muitas espécies de peixes de interesse comercial se reproduzem nessa área, e o efeito de espalhamento desses animais que se reproduzem ali podem beneficiar a pesca fora dela”, completa Truda.

Questionada sobre o incidente na audiência pública, a Furg respondeu, por nota, que apenas cedeu o espaço para a organização do evento e que o impedimento da entrada de manifestantes deu-se pela orientação das forças de segurança, “considerando a limitação de espaço para prezar pela segurança dos presentes e garantia da atividade”.

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