Por Heitor Araujo
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O Clube do Autoral é um projeto com raízes em 2022, em um cenário de pós-pandemia, que teve como objetivo fomentar a música autoral em Pelotas. Com financiamento do programa Procultura, da prefeitura de Pelotas, este grupo de músicos criou uma série de apresentações entre os meses de maio e julho deste ano, e está com o edital de inscrições aberto a artistas que tenham repertório próprio.

Ao todo, serão selecionados oito artistas ou bandas, com cachê de R$ 1,3 mil. As apresentações serão divididas em quatro noites, no Bloco, nas datas de 5 de maio, 2 de junho, 7 e 28 de julho – todos domingos.

Músicos interessados precisam ter repertório próprio para aproximadamente uma hora de apresentação com música autoral, além de documentação de pessoa jurídica. Inscrições pela página no Instagram @clubedoautoral.

Atualmente, o Clube do Autoral é organizado por André Silva, Bruno Chaves e Júnior Vieira. A iniciativa caracterizou-se, desde o começo, pelo recebimento de músicos no estúdio Quarto Laranja, localizado na Avenida Juscelino Kubitschek.

Segundo Bruno Chaves, proprietário do estúdio e pioneiro do projeto, o objetivo foi de “tentar ser uma faísca para mover a cena autoral” no município.

Devido às dificuldades financeiras, no entanto, o projeto esteve parado por um longo período, até retornar neste ano com o apoio do Procultura. O formato de acolhimento dos músicos no estúdio voltou em eventos quinzenais – já ocorreram dois neste ano e há previsão de, pelo menos, outros quatro, o próximo marcado para 16 de abril.

“São eventos abertos para quem quiser vir, gratuitos. O pessoal chega, se inscreve e toca, em formato de palco aberto”, explica Junior Vieira, produtor musical. “A ideia é ser um laboratório, um espaço que tu podes, inclusive, trazer música não concluída para compartilhar com outros compositores”, complementa Bruno.

Ha, segundo os organizadores, boa recepção por parte dos artistas locais e uma rotatividade considerada surpreendente entre um evento e outro. “A gente conhece novas pessoas a cada edição”, admite Bruno. “Do primeiro laboratório para o segundo, renovou o público. A ideia é conglomerar o máximo de artistas possíveis, tem muita gente que toca na cidade e nós não conhecemos”, completa André.

O grupo tem como objetivo, além de abrir espaço aos músicos autorais e aconselhá-los no processo de profissionalização, cavocar maior espaço para as composições locais nos bares e casas de shows em Pelotas. “Hoje, em comparação aos últimos anos, está cada vez mais reduzido para quem tem música autoral levá-la aos bares”, afirma André.

Neste contexto, explica Júnior, surgiu a ideia de, além dos laboratórios no estúdio, organizar o evento no Bloco, que terá acompanhamento de técnico de som. “Justamente essa criação de espaço, ocupar o lugar com outra visão, de a pessoa sair de casa para assistir ao show e não apenas escutar a música de fundo durante o jantar. O pró-cultura nos dá esse respaldo, tem cachê, estrutura, condições de colocar uma equipe de trabalho que muitas vezes um artista não tem como pagar.”

As inscrições para as apresentações no Bloco estão abertas, inicialmente, até o dia 7 de abril, mas devem ser prorrogadas até o dia 20. Ao público, serão distribuídas, de forma gratuita, 50 entradas geral e 50 afirmativas. Outras 60 serão comercializadas. Interessados em tocar ou apreciar os músicos no próximo evento no Quarto Laranja, que será no dia 16, devem garantir o ingresso, gratuito, pelo sympla.com.br. ​