Atenção redobrada

Pelotas e Rio Grande em alerta para a dengue

Cenário nos Municípios é preocupante pelo aumento dos focos do mosquito Aedes aegypti; Estado registrou os primeiros óbitos pela doença nesta semana

Foto: Michel Corvello - Ascom - Órgãos destacam papel da comunidade na luta contra o mosquito

O clima quente e as chuvas de verão são cenários propícios para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus da dengue. Na Zona Sul, Pelotas e Rio Grande já estão em alerta para a doença e apresentam aumento no número de focos. Neste ano, até o momento, são dois casos de dengue confirmados em Pelotas e quatro em Rio Grande. A preocupação também se estende por todo o Estado, que registrou os dois primeiros óbitos pela doença neste ano.

No Rio Grande do Sul, o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), vinculado à Secretaria da Saúde do Estado (SES), confirmou, nesta semana, os primeiros óbitos por dengue em 2024. O caso confirmado é de uma mulher de 71 anos que morava no município de Tenente Portela. Ela possuía comorbidades e o óbito ocorreu em 31 de janeiro. Na terça-feira (6) houve a segunda: um homem de 65 anos, residente em Santa Cruz do Sul, também com comorbidades.

Pelotas

A situação do Município preocupa a Secretaria Municipal de Saúde. Em relação ao mesmo período do ano passado, os focos e notificações da doença tiveram um aumento significativo. Até o momento, não há nenhum paciente internado por conta de suspeita ou confirmação de dengue. De acordo com a diretora da Vigilância em Saúde, Aline Machado, existe um crescimento progressivo de surtos epidêmicos e um dos principais motivos é a tendência de se acumular água parada no verão. "O clima e as chuvas têm essa tendência de aumentar, por isso que nós estamos vigilantes e em território buscando as ações para poder eliminar os criadouros do mosquito".

Em razão dos surtos em todo o Estado, muitos casos acabam sendo importados. "As pessoas vão, se contaminam em outra cidade, e vem para Pelotas. A gente tem agora o Carnaval, que as pessoas viajam muito, vão veranear em cidades onde tem surto endêmico", explica.

Neste ano, os dois casos confirmados no Município foram importados. Ambos já estão recuperados e não necessitaram de internação. Segundo Aline, foram registradas, em janeiro e fevereiro, 25 notificações. São 28 focos já registrados e a incidência maior é nos bairros Fragata, Três Vendas, Barragem e Laranjal.

Para promover a conscientização sobre a adoção de medidas que evitem o aparecimento de focos, em janeiro a Prefeitura intensificou as ações educativas em várias áreas da cidade. Para dúvidas e orientações sobre o combate do mosquito, o contato pode ser feito pelo telefone (53) 9115-6284, que também está disponível no WhatsApp.

Rio Grande

Em 2024, o Município já registrou 19 notificações de casos suspeitos e 9 descartados, além dos quatro casos confirmados. De acordo com a Secretaria de Saúde do Município, até agora, foram dois internados, um caso descartado e outro aguardando resultado.

O aumento de casos se atribui a alguns fatores, como o alerta em todo o Estado e o crescimento da circulação do próprio mosquito, ano após ano. "A gente vem observando, ano a ano, o aumento dos municípios com infestação e o aumento do número de focos, aqui no caso específico do nosso Município", diz Zelionara Branco, secretária de saúde de Rio Grande. Além disso, ela destaca que a adaptação do mosquito da dengue e a oscilação climática também auxiliam no aumento do número de casos da doença. "Os períodos de seca, de chuvas, mais prolongados, acabam aumentando o risco da manutenção, principalmente das larvas e dos ovos desses vetores".

Neste ano também já foram identificados cinco novos focos no Município nas localidades do Distrito Industrial, Cidade Nova, Aeroporto e Santa Rosa. A taxa de incidência no Município, para cem mil habitantes, é de 0,94. Em 2023, era de 3,38.

Orientações para a população

Para prevenir a doença, as recomendações para a população são:

- Beber bastante água
- Utilizar repelente para o corpo. Se está com suspeita ou é um caso confirmado de dengue, o repelente faz com que os mosquitos não sejam infectados e contaminem outras pessoas. Para quem não tem a doença, o auxilia na prevenção
- Utilizar repelente de ambiente
- Utilizar roupas que protejam braços, pernas e pés
- Usar mosquiteiro, em especial nas pessoas acamadas e/ou crianças
- Telar portas e janelas das casas
- Eliminar criadouros de mosquito, recipientes com água parada
- Não se automedicar. Em caso de sintomas, procurar atendimento médico.

Principais sintomas: febre alta (39°C a 40°C), com duração de dois a sete dias; dor atrás dos olhos; dor de cabeça; náusea; dor no corpo; dor nas articulações; mal-estar geral; diarreia; vômito; manchas vermelhas na pele, com ou sem coceira.

Dados de 2024

Pelotas

Notificações: 25, sendo 23 residentes em Pelotas e duas residentes de outros municípios
Casos confirmados: 2, ambos importados
Casos descartados: 7
Casos em investigação: 16
Internações: 0

Rio Grande

Notificações: 19
Casos confirmados: 4, sendo dois autóctones e dois importados
Casos descartados: 9
Casos em investigação: 6
Internações: 2, sendo um caso descartado e outro aguardando resultado

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