Eleições 2024

A seis meses das eleições, cenário continua indefinido

Com o fim da janela partidária, panorama ficará mais claro nas próximas semanas

Foto: Marcelo Camargo - ABR - Gestão atual terá candidatura própria e oposição à esquerda e à direita

No próximo dia 6 de outubro quase 250 mil eleitores vão às urnas em Pelotas para decidir o futuro da cidade. A prefeita Paula Mascarenhas (PSDB) encerra um ciclo de 12 anos que começou com a eleição do atual governador Eduardo Leite (PSDB) como prefeito. A iminente mudança na chefia do Executivo movimenta a base do governo, que ainda não definiu um pré-candidato, enquanto a oposição, de esquerda e de direita, busca unidades e nomes para disputar a eleição.

Eleita vice-prefeita pelo PPS, Paula foi prefeita duas vezes já pelo PSDB, a primeira em 2016, ainda em primeiro turno. Agora, os tucanos se encaminham para decidir a candidatura que irá tentar manter o grupo político no poder à frente do governo. Embora quatro nomes se apresentem como pré-candidatos, incluindo o vice-prefeito Idemar Barz e o ex-deputado e secretário de Estado Luiz Henrique Viana, dois nomes despontam na disputa: o deputado federal Daniel Trzeciak e o gerente de planejamento da PortosRS, Fernando Estima.

Considerado favorito, Trzeciak enfrenta "escolha de Sofia" que favorece Estima: caso deixe a Câmara para vir a assumir a Prefeitura, o deputado abriria mão, por exemplo, da possibilidade de encaminhar recursos de emendas parlamentares e, além disso, diminuiria a representatividade da região sul no Congresso, ficando apenas um deputado da região de Pelotas. Nesse cenário, o deputado já afirma que a escolha no presente é pela pré-candidatura de Estima e diz continuar trabalhando com outros partidos "no sentido de buscar a mesma unidade, seguir o projeto, com oxigenação de nomes".

Fernando Estima, que se encaminha para sua primeira disputa eleitoral, acredita que o cenário deve ficar mais claro ainda este mês, após o fechamento da janela partidária e o contexto em que ficarão os partidos aliados. "Estou à postos para quando a decisão for tomada", diz, assumindo que a candidatura depende da decisão de Trzeciak. "Estamos fazendo um trabalho bem sólido entre os pontos fortes dos nossos últimos governos, o que a gente tem que melhorar".

O MDB, embora seja o partido com maior número de filiados em Pelotas, não tem nenhum representante no Legislativo e integra a base do atual governo. O presidente Jader Prestes afirma focar em ter uma nominata forte para disputar. Embora não descarte compor com outras siglas e continuar na atual coligação, o partido tem quatro pré-candidatos: o ex-prefeito Irajá Rodrigues, Danilo Rodrigues, Miguel Medina e o ex-vereador Roger Ney.

Outro aliado do governo, o União Brasil, também tem pré-candidaturas postas ao Executivo: a presidente do partido, Maíra Lessa, o vereador e líder do governo, Marcos Ferreira, o Marcola, e a diretora do Sanep, Michele Alsina. Maíra, no entanto, reitera que a escolha da candidatura será feita pelo conjunto de partidos com os quais mantém diálogo, a maioria deles já da base do governo.

Oposição à esquerda

No campo de esquerda, o cenário mais definido é o do PT, que já anunciou a pré-candidatura do ex-prefeito e ex-deputado federal e estadual Fernando Marroni, atual presidente da Trensurb. O PT aposta na memória da gestão de Marroni, entre 2001 e 2004, e já conta com o apoio do PSOL, que nas três eleições anteriores teve candidatura própria e teve sua melhor campanha em 2016, quando o atual vereador Jurandir Silva ficou em terceiro com 11,6% dos votos.

Agora, federado com a Rede, o PSOL já encaminha a possibilidade de indicar nomes como pré-candidatos a vice-prefeito na chapa do PT. Entre os filiados apontados estão o de Júlio Domingues, presidente municipal da sigla, Daniela Brizolara e Roberta Mello. Jurandir Silva e Fernanda Miranda devem buscar continuidade no Legislativo.

O PDT, que lançou a pré-candidatura do presidente Reginaldo Bacci a prefeito, sofreu um revés na janela partidária, quando perdeu os dois vereadores que elegeu em 2020. No PSB, o presidente da sigla e vereador César Brisolara, o Cesinha, já admitiu a possibilidade de disputar o Executivo, mas mantém conversas com outras siglas do campo de esquerda.

Oposição à direita

Já à direita, o PL apresenta dois pré-candidatos a prefeito: o advogado Weslley Borges, anunciado ainda no ano passado, e o empresário Marciano Perondi, recentemente filiado à sigla. O presidente do partido, Valnei Tavares, afirma que, apesar de haver duas pré-candidaturas, não haverá disputa interna. "O ambiente é de harmonia e entrosamento entre ambos", diz.

No Progressistas, que integrou o grupo político do governo quando Eduardo Leite sucedeu o prefeito Adolfo Fetter Júnior, o vereador Rafael Amaral anunciou seu nome como pré-candidato a prefeito e Fetter também é cogitado para a disputa. O presidente do partido, Paulo Gastal, afirma que o foco até agora vinha sendo na nominata para disputar o Legislativo. "Agora vamos reunir a executiva, o diretório e os pré-candidatos para escolher o melhor rumo do partido", diz, sem descartar uma candidatura própria.

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