Saúde

Epicovid volta às ruas para analisar impactos socieconômicos da pandemia

Estudo encomendado pelo Ministério da Saúde à Universidade Federal de Pelotas realizará visitas a mais de 33 mil municípios em todo o País

Foto: Daniela Xu - Acervo - UFPel - Etapa inicial do estudo foi realizada no início da crise sanitária, em 2020

Por Heitor Araujo
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Começou nesta semana a coleta de dados para o Epicovid 2.0, a segunda fase do maior estudo epidemiológico do Brasil sobre a Covid-19. A pesquisa foi encomendada pelo Ministério da Saúde à Universidade Federal de Pelotas (UFPel), e visa entender os impactos socioeconômicos que a pandemia causou ao País.

Inicialmente, nesta etapa de coleta de dados, serão visitados 33.250 domicílios em 133 municípios espalhados pelas 27 unidades federativas. A estimativa é concluir as entrevistas em até 20 dias. Pelotas é um dos municípios do Rio Grande do Sul que receberá os entrevistadores, junto a Caxias do Sul, Ijuí, Passo Fundo, Porto Alegre, Santa Cruz do Sul, Santa Maria e Uruguaiana.

O estudo é coordenado pelo epidemiologista da UFPel, Pedro Curi Hallal, orientador também da primeira fase do Epicovid em 2020, que na época foi considerado pioneiro em todo o mundo na busca por respostas sobre a disseminação e os efeitos do novo coronavírus. Neste Epicovid 2.0, os pesquisadores questionarão os moradores sobre as mudanças acarretadas durante o período de pandemia nos aspectos de renda, emprego, saúde e educação. "Vamos avaliar esse impacto que a pandemia causou nas famílias brasileiras, seja financeiro, de emprego, na educação das crianças que ficaram um tempo sem aula, por exemplo, como elas recuperaram", detalha Hallal.

Outros aspectos que a pesquisa abordará estão relacionados ao luto, de famílias que perderam entes, e de saúde mental. "Vamos avaliar qual o impacto das famílias em luto, crianças que ficaram órfãos, e de impacto na saúde, seja no geral, porque há casos de longa duração da Covid-19, e na parte mental, porque houve aumento de depressão e ansiedade", completa o epidemiologista.

Hallal destaca que, mais uma vez, a UFPel aparece como pioneira no Brasil em estudo epidemiológico sobre a Covid-19. O pesquisador salienta que, desta vez, o maior diferencial do estudo é a quantidade de aspectos analisados, além de contemplar todo o território nacional. "Não estou ciente de outro estudo que avalie as consequências de forma tão abrangente, então se destaca como uma pesquisa bem completa, quase um fechamento às pesquisas da UFPel na área da Covid, que se destacou muito durante a pandemia. A Universidade dá continuidade a essa trajetória de destaque em cenário internacional".

A verba destinada pelo governo federal para a pesquisa é de R$ 7 milhões. Inicialmente, a UFPel destacou docentes das áreas de epidemiologia, fisioterapia, educação física, enfermagem e computação. "Na fase de análise de dados, podem se juntar professores de outras áreas da educação e economia, por exemplo. É um estudo multidisciplinar e tem o potencial de envolver todo o pessoal da UFPel", relata Hallal.

Um diferencial que o Epicovid 2.0 terá na divulgação de dados é a inclusão de análise por municípios, além da tradicional divisão por regiões, faixa etária, sexo e classe social. "Nos comprometemos a fazer um infográfico por cidade. Cada uma terá o relatório dos seus resultados, uma forma de darmos a contrapartida a cada cidade que participa da pesquisa", diz o epidemiologista.

O Epicovid 2.0 tem prazo para a conclusão de artigos e publicações em até dois anos, mas a expectativa é começar a divulgar dados já a partir do mês que vem. "Os resultados serão divulgados em tempo real, assim que finalizados os processos de análise", conclui Hallal

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