Alagamentos

Água começa a inundar casas em áreas próximas ao Canal São Gonçalo

Moradores ficam divididos entre a insegurança com a chegada das cheias e o temor dos saques ao saírem das áreas de risco

Foto: Jô Folha - Com a água invadindo as casa, moradores da Ilha dos Pescadores se uniram para a retirada de pessoas e bens por barcos

Na Ilha dos Pescadores, próximo a ponte entre Pelotas e Rio Grande, nesta terça-feira (7), a água chegou na altura da cintura. Antes de irem para os abrigos, cerca de 50 famílias se mobilizavam para conseguir retirar, por meio de barcos, o máximo possível de seus pertences devido ao temor de saques. Muitas pessoas deslocaram filhos e idosos para outros locais e iriam permanecer na Ilha para cuidar das residências durante a noite. Na área conhecida como Doquinhas, próximo ao Quadrado, o cenário é semelhante. O São Gonçalo invadiu várias casas. A maioria das pessoas já haviam sido encaminhadas a abrigos, mas alguns permaneceram também pelo temor dos furtos.

A água que começou a subir na tarde de segunda-feira, invadiu as casas na Ilha dos Pescadores nesta manhã. Desesperados, os moradores se uniram com seus barcos de pesca para conseguir retirar eletrodomésticos que seriam danificados pela água ou furtados. Um caminhão de frete foi contratado para levar os pertences de várias casas que seria guardado entre residências de amigos e familiares. A falta de auxílio dos órgãos públicos para o transporte dos bens era a principal reclamação. “A gente tem que priorizar a vida, mas também não queremos perder o pouco que temos. Eles disseram que ia tirar nos de dentro de casa, mas também dava para tirar as poucas coisas que eu tenho. Se eu deixar ou a água vai levar ou vão roubar”, declara Silvana Antunes.

Adolescente de 17 anos, Gabriel Antunes, auxilia os vizinhos na retirada dos bens de casa. Foto: Jô Folha


Com a filha de dois anos nos braços, Arthur Filho retirou seu bem mais precioso de casa e voltaria para passar a noite no seu barco e cuidar da residência. “Estamos ilhados, a gente está acostumado com essas coisas, mas neste ano é muita água, a gente não sabe o que vai acontecer. Vou ficar dentro do barco, não dá para arredar o pé se não eles levam tudo. Vamos ficar até baixar a água”.

Arthur tira a filha de casa para realoca-la na residência de familiares. Foto: Jô Folha


Enquanto a reportagem estava no local, uma equipe da Assistência Social e da Guarda Municipal chegou para convencer os moradores a evacuarem a Ilha. A maioria cedeu diante do alerta de que o nível do São Gonçalo deveria subir ainda mais em um curto espaço de tempo. Uma mãe com dois filhos pequenos se recusou a sair de casa.

Animais de estimação também foram retirados com o auxílio da Assistêncial Social. Foto: Jô Folha

Na Zona Portuária

Na área conhecida como Doquinhas, próximo ao Quadrado, a água também invadiu várias residências, porém, a maioria das pessoas já haviam buscado abrigos. Mesmo também em situação de risco, os moradores de ruas que ainda não estavam sendo afetadas pelo São Gonçalo ainda permaneciam em casa. De acordo com os relatos, eles esperariam para ver como a água “se comportaria”. Observando o trabalho do exército no aumento da contenção do canal com sacos de areia, André Vieira conta que já está se preparando para deixar a sua residência. “Os nossos vizinhos saíram porque a água está entrando pelos fundos [das ruas]. Estamos arrumando as coisas para ir para a casa do meu sogro. A água está vindo muito rápido, se vir com força não tem o que fazer”.

Exército reforça contenção no Quadrado com sacos de areia. Foto: Jô Folha



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