Por Heitor Araujo
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Após ficar cinco dias sem luz, o produtor de agricultura familiar de Capão do Leão, Leandro dos Santos Falcão, relata prejuízos na produção e perda de maquinário. Por conta da luz intermitente durante a tormenta que atingiu a região no último sábado, com consequente queda do abastecimento de energia, o resfriador de leite do Sítio Dona Luíza, que produz queijos, doce de leite e iogurte, queimou.

Sem a máquina, Falcão afirma ter jogado fora 150 litros de leite, por não ter como utilizá-los na elaboração dos produtos em um único dia. Além da falta de produção, soma-se ao prejuízo da agroindústria o conserto do resfriador de leite, orçado em aproximadamente R$ 1,5 mil.

"Tenho o laudo do prestador de serviço dizendo que o resfriador queimou pelas descargas elétricas da luz piscando. Como moro relativamente longe da leitaria, não consegui ir até lá desligar a geral, por causa da tormenta", relata.

Para a produção dos queijos, iogurtes e doce de leite, o produtor realiza quatro ordenhas ao dia. Porém, por não ter o funcionamento do resfriador de leite, teve que reduzir para apenas uma ordenha diária.

A luz no local, na Estrada Passo das Pedras, em Capão do Leão, voltou somente na última quinta-feira, após Falcão publicar um vídeo nas redes sociais relatando a situação, que qualificou como "um desaforo".

Esta não foi a primeira vez que a falta de luz por dias prolongados revoltou moradores da localidade. Em julho do ano passado, manifestantes bloquearam a BR-293 após 11 dias sem energia elétrica.

Mais casos

Nesta última semana, foram diversos os relatos pela região, de moradores da área rural, de desabastecimento por dias consecutivos e a negligência da CEEE Equatorial em dar resposta ao problema.

É o caso de Falcão. O produtor diz ter acionado a Equatorial pelo menos dez vezes para solicitar a volta da luz, e em todas o retorno foi o mesmo: que a empresa já tinha dado uma resposta sobre a situação. De acordo com ele, tratava-se de um reparo simples de cabeamento.

Agora, ele pretende acionar a empresa na justiça para tentar reaver o prejuízo. "A principal ação que quero tomar é me livrar [da Equatorial], buscar alternativa de energia solar e não depender mais deles, porque não é a primeira vez que acontece esse tipo de coisa, já perdi geladeira, ar condicionado… Na correria do dia a dia, ainda não consegui acioná-los, mas preciso pegar de volta o dinheiro perdido e o prejuízo", diz.

A reportagem tentou contato com a CEEE Equatorial e não obteve retorno até o fechamento desta edição.