UTIs

Central de Regulação auxilia no encaminhamento dos leitos

Até então cabia aos médicos ligarem para os hospitais para averiguar se havia lugar para os seus pacientes

Moizés Vasconcellos -

Depois de cinco dias de espera no Pronto-Socorro de Pelotas (PSP), o marido de Luisa Silveira finalmente foi encaminhado a um leito na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) na manhã desta segunda-feira (3), após o diagnóstico de cirrose hepática.

Assim que foi liberada a vaga no Hospital Escola/FAU, o processo burocrático ocorreu de forma rápida devido à mediação da Central de Regulação da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), que a partir desta segunda-feira começou a controlar também as internações nas UTIs adultas do município via Sistema Único de Saúde (SUS). Embora não resolva o problema da falta de leitos, a Central agiliza o processo de internação para que um novo paciente seja conduzido a um leito assim que este for liberado.

Até então cabia aos médicos ligarem para os hospitais para averiguar se havia lugar para os seus pacientes. Além de um sistema que mostra em tempo ágil os leitos disponíveis, a Central de Regulação permite um controle maior sobre os pacientes para seu encaminhamento, que pode ter prioridade de acordo com a gravidade do caso e varia conforme o perfil do leito disponível.

Um paciente que precisa de atendimento neurológico de alta complexidade, por exemplo, só pode ser encaminhado para o Hospital Santa Casa de Misericórdia ou para o Hospital Universitário São Francisco de Paula, pois são os que oferecem este serviço, conforme explica a gerente de Regulação da SMS, Luciene Primo.

Realidade
Atualmente o município conta com 44 leitos de UTI adulta, destes 16 são exclusivos do SUS e oito destinados exclusivamente ao sistema privado. Nesta segunda pela manhã três dos sete pacientes que aguardavam leito foram encaminhados a hospitais. Até o final da tarde os outros quatro também conseguiram vaga. A médica reguladora, Rosana Van der Laan, explica que este processo de encaminhamento é ainda mais complexo porque o município precisa manter leitos disponíveis para casos mais graves.

"As pessoas costumam achar que quando tem uma cama vazia é só colocar o paciente ali, mas isso depende de outros fatores, caso libere um leito na FAU, por exemplo, e tenham pacientes que precisam de procedimentos cardiológicos de alta complexidade, não podemos fazer o encaminhamento, pois os únicos hospitais aptos para isso são a Santa Casa de Misericórdia e a Beneficência Portuguesa", afirma Luciene. Quando o caso é de emergência e não há leitos disponíveis no município, o paciente é cadastrado no Sistema de Regulação do Estado.

Entenda o processo
A Central de Regulação da SMS foi implantada em 2008 e aos poucos começou a implantar diferentes serviços, agora ela é responsável pela regulação de exames, consultas, leitos clínicos, pediátricos e obstétricos, além das UTIs adultas. Ainda falta o controle das UTIs Pediátricas e Neonatais, o que deverá ocorrer em 2013.

"Agora com este sistema a gente tem um controle mais qualificado, posso te dizer o número de pessoas na fila de espera e obter mais agilidade em algumas áreas, além de poder analisar se o prestador de serviço está cumprindo com o que foi contratualizado, antes era difícil controlar isso", explica Luciene.

A Central também facilita a situação de pacientes em estado grave que vêm de outros municípios, que antes precisavam passar pelo PSP para poderem ser encaminhados a um leito e agora podem ser cadastrados por seus médicos responsáveis diretamente na Central. Atualmente a Central regula, a cada mês, em torno de dez mil consultas e cinco mil exames.

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