Educação

Livro Geografia de Pelotas, de 1985, deve ganhar atualização

Professores do ICH começam a definir quem irá se juntar ao projeto

Paulo Rossi -

Se este livro conseguir motivar a realização de outros estudos sobre as referidas relações, objetivando melhorá-las, então terá sido cumprida uma das suas principais finalidades.

O desejo expresso nas últimas três linhas da obra Geografia de Pelotas, publicada em 1985 pelo então professor do Departamento de Estudos Brasileiros da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Mário Rosa, será finalmente atendido. A expectativa é de que um novo livro - em homenagem ao antigo docente - comece a ganhar o papel ainda em 2018. É o projeto. A fase é de levantamento para definir quem irá compor o conjunto de autores.

Quem conta é o professor do Instituto de Ciências Humanas (ICH), Sidney Vieira. A nova obra não será um espelho, ponto a ponto, dos 22 capítulos apresentados por Mário Rosa. A intenção, entretanto, é de buscar vários paralelos, que permitam redesenhar esta nova Pelotas, passadas mais de três décadas de que Rosa foi a campo, visitou os distritos e se debruçou sobre 41 fontes de consulta.

É um desafio que está colocado, diante de mudanças que não são apenas da realidade e do crescimento demográfico que era muito mais acentuado do que hoje, por exemplo. A própria Geografia mudou, enquanto Ciência que faz esta análise - ressalta Vieira. Se nos anos 1980 os estudos voltavam-se a aspectos gerais de lugares, cidades e regiões, atualmente o paradigma é justamente outro.

"Devido à especialização do conhecimento, hoje é muito mais fácil encontrar estudos específicos, que se aprofundam sobre um determinado aspecto". E, de novo, o desafio está colocado para que, nesse processo de ir a fundo em informações, não se perca o contexto.

O que está por vir
- Coletânea de trabalhos: O compromisso de reeditar uma nova versão de Geografia de Pelotas está concentrado nas mãos dos professores do curso de Geografia, Sidney Vieira e Alcir Bach. Juntos, os dois irão em busca de colegas e parceiros, especialistas em várias áreas, que ajudem a dar forma ao livro e a trazer uma diversidade de temas, própria da Geografia geral.
Geografias Urbana e Agrária, Geomorfologia, Cartografia ... São alguns dos olhares que estarão contemplados.

- Entre as principais mudanças: A nova configuração territorial devido às emancipações de Morro Redondo, de Arroio do Padre e de Turuçu - ocorridas após a publicação do livro - está entre as grandes contribuições a ser apresentadas pela nova obra, que deverá trazer mapas atualizados.

- Sempre atuais: Das matas e campos nativos pouco resta. E o desmatamento continua. Fauna dos banhados. Em 1985, quando publicado Geografia de Pelotas, os temas já despertavam preocupação e ganhavam subtítulos específicos. Hoje, 32 anos depois, seguem na pauta e o nível de alerta não para de crescer.

No capítulo dedicado à pesca, destaque aos cerca de 3,5 mil moradores da Colônia Z-3, onde 650 trabalhadores eram pescadores. Em um dos trechos da página 282, mais uma das razões para reflexão: Dia a dia, o pescador vem explorando novas áreas de captura e ampliando e aperfeiçoando o seu equipamento de pesca. Mas, a poluição das águas da Lagoa anula seu esforço... Atualmente, o clamor é para que as redes voltem a esbanjar camarão. Uma cena que já não se vê desde a safra de 2013, em função do excesso de chuvas na região, que compromete a salinização e o desenvolvimento do crustáceo.

Na torcida para folhear a reedição
O antigo professor do curso de Geografia da UFPel conversa com o DP e admite: há anos mantém contato com o pesquisador e ex-aluno, Sidney Vieira, e lança provocações pela criação da nova obra. "Na época, visitei todos os distritos de Pelotas, para conversar com a comunidade e ouvir os subprefeitos", conta Mário Rosa.

Hoje, aos 84 anos, ainda aguarda versão atualizada para Geografia de Pelotas. Em texto de apresentação, o canguçuense, que veio criança para Pelotas, destacava a intenção de que o livro pudesse servir de ferramenta nas salas de aula e de incentivo à elaboração de novos estudos: ... Pouco temos pesquisado sobre a terra e a gente pelotenses. Aí está um importante trabalho que as nossas universidades devem e podem realizar, como parte de seu comprometimento com o seu meio geoeducacional...
É o apelo que permanece, em novembro de 2017.

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