Livro conta os 60 anos da Faculdade de Medicina em Pelotas

Evento nesta sexta-feira será o lançamento da obra escrita pela historiadora Lorena Gill, professora da UFPel

Jô Folha - DP - Foram produzidos 300 exemplares da obra lançada amanhã

Nesta sexta-feira (26) será lançado, em evento no prédio histórico da Leiga, o livro que faz parte das comemorações de 60 anos da Faculdade de Medicina (Famed) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), que foi celebrado no dia 3 de abril do ano passado. A obra intitulada Uma Casa Chamada Leiga é assinada pela professora de História Lorena Gill, autora do Dicionário de História de Pelotas.

O livro conta o processo de criação da Famed em meio aos debates nas décadas de 1950 e 1960 sobre Pelotas ter o curso de medicina, as dificuldades enfrentadas pelas primeiras turmas formadas, o processo das cotas de inclusão em 2012 e a situação atual do curso da UFPel.

Segundo a autora Lorena Gill, a intenção foi fazer um livro que agrade aos leitores, fugindo do formato acadêmico. “Estamos contando a história de Pelotas. Minha preocupação foi em contar uma história para que as pessoas gostassem de ler, com uma linguagem fluida. Espero que tenha conseguido”, relata.

A ideia da elaboração do livro surgiu em conjunto entre a direção da Famed e a Associação de Egressos, que foi criada no ano passado. Segundo a diretora da Famed, Julieta Fripp, conseguiu-se contemplar a história dos mais de 5 mil médicos formados no curso.

Para iniciar o projeto, foi feita a higienização da documentação da Leiga, que se encontrava em “um espaço mofando e estava se degradando”, de acordo com Julieta. “Hoje, boa parte está lá bem guardada e digitalizada”, completa.

Além da documentação da própria faculdade, as páginas do Diário Popular serviram como fonte para a historiadora. Isso porque os debates sobre a criação do curso de medicina em Pelotas duraram aproximadamente uma década e resultaram em duas faculdades: a Católica, conforme intenção do bispo Dom Antônio Záttera, e a Leiga (sem cunho religioso), idealizada pela maçonaria.

Também foram feitas 48 entrevistas com pessoas que passaram pela Leiga. “Entrevistamos desde professores, todos os diretores que estavam vivos, alunos e técnicos administrativos. Procuramos abarcar um número representativo da comunidade”, conta Lorena.

A obra divide-se em quatro capítulos: o primeiro inclui os debates sobre a criação das faculdades de medicina, inclusive contando a história da intervenção de Leonel Brizola, à época governador do Rio Grande do Sul, que apoiou a criação do curso leigo.

O segundo sobre as dificuldades das primeiras turmas, com relatos das quatro primeiras mulheres formadas na Leiga; o terceiro capítulo aborda a política de cotas em 2012, entrevistas que viraram texto do primeiro quilombola e primeiro indígena formado; e o último capítulo sobre a Famed hoje, que contempla Unidades Básicas de Saúde (UBS), ambulatórios e o Hospital Escola (HE), que atendem a população de Pelotas e região.

“As pessoas contam o que viveram aqui”, adianta Lorena. Nas páginas encontra-se, também, um artigo do fundador da Leiga, Naum Keiserman, que vendeu um instituto de cardiologia para se concentrar na faculdade, além de cartas de pessoas que vivenciaram a Leiga “para deixar democrático e dar espaço àqueles que não foram entrevistados” e uma lista com todos os egressos, desde 1968, ano em que se formou a primeira turma.

Julieta Fripp destaca a importância da obra para a preservação da história, e reforça a situação do prédio da Leiga, que foi construído em 1918 por Carlos Ritter, sediou o Instituto de Higiene Borges de Medeiros, em parceria com o Instituto Butantan, e foi doado pela Prefeitura na década de 1950 para a Famed.

“A gente fez um movimento de arrecadação com egressos para dar uma melhorada na parte externa e aberturas, que estavam bastante deterioradas. Aí fizemos as imagens belíssimas desse prédio que é um patrimônio importantíssimo”, ressalta.

Foram feitas 300 unidades do livro, sendo 220 comercializadas em pré-venda. O evento de lançamento será interno, nesta sexta às 11h, no prédio histórico da Leiga.

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