Prevenção

Moradores de zonas alagadas da Z3 e do Pontal da Barra deixam suas casas

De acordo com a prefeitura foram removidas 59 famílias dessas áreas de risco

Fotos Volmer Peres - Rua Ignácio Moreira Maciel era uma das mais cheias na Z3

Defesa Civil, Exército e voluntários estiveram empenhados durante todo o sábado (4) no trabalho de remoção de famílias em áreas de risco para alagamentos em Pelotas. De acordo com a Prefeitura, 59 famílias foram atendidas e tiveram parte de seus bens colocados em pontos de apoio, na Colônia de Pescadores Z3 e no Pontal da Barra.

A movimentação era grande na rua Ignácio Moreira Maciel, já alagada, na localidade conhecida por Junquinho, na Z3. Moradores estavam esvaziando suas casas o mais rápido possível, mesmo com a baixa na água no final da tarde. O aposentado Celmar Santos de Oliveira, 70, que mora na rua há 17 anos,  junto com o neto, aproveitou o dia para colocar sacos de areia na calçada para tentar evitar que o movimento dos carros fizessem ondas fortes e empurrassem a água para dentro da residência. “Isso aqui ajuda", diz. 

Nos fundos da rua Ignácio Moreira Maciel o volume de água no banhado preocupa os moradores da região. "Mas na hora que ela (a água) começar a vir pelos fundos vai alagar tudo. Essa última que deu, em novembro, tivemos mais de 30 dias fora de casa”, comenta.

Na mesma rua, a aposentada Maria de Fátima Barcellos, 64 anos, cuidava do neto, de um ano e cinco meses, enquanto a filha e vizinhos ajudavam a deslocar móveis, roupas e eletrodomésticos para uma casa de propriedade do genro dela. “Na outra enchente, a de setembro e na de novembro entrou água na minha casa, quase um metro, aí eu fui para a casa da minha irmã.”

Perto dali, um caminhão do Exército descarregava mais pertences de outra família, esta oriunda do Cedrinho, outra localidade da Z3, na sede de uma igreja evangélica, que vai acomodar três famílias. De acordo com um voluntário civil, o pescador Alexander Braga Carvalha, 35, o trabalho começou na sexta-feira (3) e foi até 3h da madrugada de sábado. “E pegamos às 8h de volta. Mas a  maioria já saiu de casa”, fala. A paróquia local está abrigando cerca de 15 famílias. 

Barreira de contenção

Ainda na tarde de sábado, a  prefeitura reforçou preventivamente a barreira de contenção na rua Alberto Rosa próximo ao Quadrado. No mesmo local estava sendo montada uma outra barreira na junção da Travessa Um com Bento Martins.  

A motorista de aplicativo Denise Alves de Vasconcelos foi até o local para ver de perto a situação. Moradora da rua Benjamin Constant, ela estava preocupada com a possibilidade de uma enchente. “A população está falando que é para a gente tirar as coisas de casa”, conta. “Mas nunca chegou água na minha casa, só até a rua de baixo (Conde de Porto Alegre)”, relata.

Denise percebeu que a água estava mais alta no cais do que é normalmente e ficou tensa. “Subiu ao menos um metro”, diz. Com uma família de sete pessoas em casa, a motorista começa a pensar em levar alguns pertences para a casa de um amigo no Areal. “Espero que não seja nada disso que estão falando.”

De acordo com a assessoria de imprensa do Sanep, além da manutenção e recomposição dos diques do município, a autarquia começou na sexta-feira (3) a levantar novas contenções como medida preventiva para minimizar os impactos das condições climáticas adversas. Barreiras de contenção, com material ensacado, estão sendo construídas no Quadrado e nas Doquinhas, na região do Porto. 

A iniciativa visa dificultar o avanço das águas do canal São Gonçalo nas áreas mais baixas na tentativa de impedir que avancem até as localidades habitadas. Também é realizada a manutenção do dique do Simões Lopes, próximo à BR 392, onde são feitas vistorias periódicas e reposições de materiais. O serviço é coordenado pelo Departamento de Drenagem Urbana da autarquia.


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