Música

Bloco do Blues finaliza etapa fixa e projeta eventos itinerantes por Pelotas

45ª edição do evento de blues e jazz é nesta quinta-feira, a partir das 18h30min, com entrada a R$ 20 mais um quilo de alimento não perecível

Paula Paz - Especial - DP - Evento foi criado em 2021 e já contou com 44 edições no Bloco

Encerra-se uma etapa de sucesso para se criar outra, itinerante, que pretende levar cordas, teclas, percussão e aparições esporádicas de sopro às ruas e bairros, em um retorno às origens que foi se perdendo ao longo do tempo. O Bloco do Blues chega à 45ª edição no Bloco, com uma apresentação que tem como carro chefe o improviso, em um clima de “até breve”.

O Bloco abre as portas a partir das 18h30min de quinta-feira (25) para a recepção ao público, que poderá acompanhar um elenco pelotense do blues, jazz e “agregados”, como o soul e o funk (norte-americano) por mais de três horas, entre as 20h45 e a meia-noite. A entrada tem o valor de R$ 20 (reservas podem ser feitas pelo Instagram @bloco.rs) mais um quilo de alimento não-perecível, cujo destino será o Kilombo Urbano Canto de Conexão.

Participam desta edição, a última em sede fixa do Bloco do Blues, os músicos Rafael Bennett, Eric Peixoto, Yuri Barbosa, Stefano Rosa, Alinson Alaniz, Ícaro Chaves, Wagner Sicca, Isac Pereira, Bruno Chaves, Dani Ortiz, Vicente Pimenteiro e Luã Funari, além dos produtores do evento, César Lascano e Júnior Vieira, e “quem mais aparecer”, segundo as palavras de Lascano, o idealizador de tudo isso.

É um até breve porque, apesar de a ideia ser no segundo semestre tornar o evento itinerante, o Bloco deve estar entre os locais que o receberá neste futuro próximo. Segundo Lascano, a intenção é fazer edições em outras casas de show, mas, principalmente, nas ruas.

“O blues e o jazz são legados da cultura negra, que faz parte da cidade de um modo geral”, ressalta o músico. Por isso surgiu a ideia de sair dos lugares privados, que “querendo ou não são elitizados e de público majoritariamente branco”, diz Lascano, e levar os gêneros que eram da periferia e de público majoritariamente negro a locais acessíveis a todos e todas.

Lascano admite que o blues e o jazz passaram por um “processo de elitização do consumo”. “Não podemos nos acomodar e deixar que isso siga ocorrendo, mas não podemos esperar que as pessoas na periferia descubram o blues e o jazz se a informação não chegar até eles”, acrescenta.

Na noite de quinta, o formato do evento será livre, de jam sessions. “Tem muito essa cultura do jam no blues e no jazz, esse caráter de espontaneidade, de todo mundo tocando junto, e acho que o pessoal é cativado por isso. Rolam formações inusitadas, o que é divertido”, afirma Júnior Vieira. “Não é uma coisa planejada. É espontâneo, vai bolando na hora e misturando”, completa.

Para Lascano, chegar à 45ª edição do projeto que foi criado em agosto de 2021, quando se estava em um processo de flexibilização das restrições impostas pela pandemia da Covid-19, é uma vitória que se deve ao Bloco, que aceitou a parceria para realizar os eventos, aos músicos e, principalmente, ao público em geral.

“Criamos essa identidade com o público, de pessoas que vão em quase todas as edições, isso é muito massa”, reforça Lascano. “Essa é uma edição festiva, já fizemos outras de super jam e deu super certo, o público gosta dessa questão do improviso do início ao fim, de ter uma galera tocando”, completa.

Além do sucesso junto ao público, Lascano e Júnior destacam a interação entre os próprios músicos pelotenses. “Há uma funcionalidade desses encontros, de tocar com um cara numa jam que tu nunca havia tocado, rolar uma química boa e a partir daí tu considera o cara a tocar contigo em outro trabalho”, diz Lascano.

“Pelotas já foi uma cidade tão forte de shows e agora está nessa fase devagar, de poucos espaços, com as casas priorizando tributos e outros tipos de evento, então acho que ideias como essa perdurarem é uma valorização a este tipo de iniciativa”, completa Júnior.

Nesta última edição no Bloco, Lascano projeta um encontro de diferentes vertentes do blues e do jazz, e nutre a expectativa que o caráter itinerante do projeto daqui para a frente estimule a formação de novos músicos na cidade.

“Essa mudança é para sair da zona de conforto, enxergando que o projeto está estruturado e a gente tem força para ir além, e levar o jazz e o blues para onde eles surgiram, nos bairros, e que possam surgir novos músicos, inclusive na periferia”, conclui.

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