Inflação
Comer fora tem custo maior
Alimentos vêm tendo reajustes que precisam ser repassados aos clientes pelos donos de bares e restaurantes
Jô Folha - DP - Segundo Abrasel, índice de restaurantes no negativo é o maior em anos
Quem precisa recorrer a restaurantes para o almoço diário, no ritmo corrido da jornada de trabalho, já sentiu no bolso um reajuste no preço do bufê a quilo. Mas para quem fornece essa alimentação, o aumento não foi suficiente para cobrir os custos com os produtos entregues pelos fornecedores.
Em verduras, legumes e frutas, segundo Tatiane Fonseca, proprietária de restaurante que recebe entre 270 e 280 clientes para almoço diariamente, os reajustes de preços já foram significativos.
A caixa com 20 quilos de laranjas teve aumento de R$ 58,00 para R$ 72,00 na última semana. Na batata inglesa, o saco de 25 quilos teve reajuste de R$ 75,00 para R$ 100,00. “São produtos que não dá para substituir”, lembra Tatiane.
A solução será aumentar os preços até 15 de maio, também em razão do dissídio dos funcionários do setor, que está sendo fechado. O reajuste anterior ocorreu em dezembro do ano passado e no índice mínimo, que elevou o quilo em R$ 1,00, conta a empresária.
“Não dá para repor os custos a toda hora. A gente se programa para ter um por ano”, explica Tatiane, que também aponta aumento de 10% nas bebidas. As compras precisam ser diárias, em reazão da falta de capital para estocar produtos. Outros, no entanto, precisam estar frescos para oferecer aos clientes.
Balanço nacional
Segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), o número de bares e restaurantes que opera com prejuízos no País atingiu o maior índice desde 2022. Em fevereiro, 55% das empresas do setor fecharam no vermelho, o que foi o pior resultado dos últimos dois anos.
Quanto à inflação do setor, bares e restaurantes seguem com dificuldades de ajustar os preços do cardápio, de acordo com a Abrasel. Os dados apontam que 45% não conseguiram aumentar os preços nos últimos 12 meses.
Segundo Tatiane, a concorrência é muito maior agora no ramo da alimentação, e as famílias, hoje, consideram os custos antes de optar por fazer as refeições fora de casa. É uma avaliação que deve ser feita antes do aumento de preços, diz.
Carregando matéria
Conteúdo exclusivo!
Somente assinantes podem visualizar este conteúdo
clique aqui para verificar os planos disponíveis
Já sou assinante
Deixe seu comentário