Baixa do Guaíba revela destruição e prejuízo em Porto Alegre |
Editorial
Virou rotina
Foram muitas as vezes só em abril em que o leitor do Diário Popular recebeu a edição e viu problemas em instituições de ensino. As reportagens têm a ver com oito casos: problemas em repasses financeiros que culminaram no fechamento do Lar de Jesus; Casa da Criança São Francisco de Paula paralisando as atividades por falta de recursos; greve na UFPel; greve no IFSul; Emei Ivanir Dias, na Tablada, com aulas reduzidas por falta de auxiliares; colégio Félix da Cunha, no Porto, caindo aos pedaços; e, por fim, ontem, falta de professores no Assis Brasil e problemas estruturais causando o fechamento às pressas da Emei Bernardo de Souza. Alguns dos casos foram abordados mais de uma vez nesse período.
Isso expõe problemas na educação nos três níveis de administração: federal, estadual e municipal. Ou seja, é possível interpretar que virou um caos generalizado. Da mesma forma, é corriqueiro que as reportagens relatem angústia das comunidades envolvidas, seja pela falta de perspectiva de obter ensino de qualidade, seja pelo temor de ver crianças e jovens estudando em espaços com pouca ou nenhuma estrutura adequada, muitas vezes correndo riscos, e afetando diretamente o processo de aprendizagem.
Hoje, Pelotas tenta, a nível municipal, ser considerada a Cidade das Crianças. No entanto, o resultado jamais chegará se a base de tudo, a educação, não for prioridade. Tudo isso passa pela valorização dos professores, auxiliares e servidores, pela qualificação dos espaços e pela transformação do ambiente de ensino em um espaço acolhedor, com boa estrutura, merenda adequada e profissionais preparados. A mesma cobrança deve valer para a rede estadual. Já, na universidade e no IFSul, as greve em início de semestre têm uma base justíssima, mas no caso da UFPel, a falta de um combinado geral tem causado um cenário inusitado de ter aulas soltas, com alguns professores aderindo, outros não. Uma coisa demasiadamente atrapalhada.
O cenário é de bagunça em todos os níveis e a população demonstra cada vez mais indignação. Com Pelotas sendo uma cidade que há quase uma década colhe os resultados de um Pacto Pela Paz, não seria a hora de fazer um trabalho de base e criar um Pacto Pela Educação, em todos os níveis, para não corrermos o risco de perdermos cada vez mais qualidade?
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