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Saúde
Chuvas e enchentes aumentam o risco de contaminação por leptospirose
Zoonose bacteriana é transmitida por águas infectadas em contato com a pele ou mucosas
Volmer Perez - DP - O melhor é evitar a exposição prolongada do contato com a água, mesmo com a pele íntegra
As fortes chuvas e as enchentes aumentam os riscos para a saúde e o alerta é para a contaminação pela leptospirose, algo propício nestes casos. O perigo é que esta é uma zoonose bacteriana que pode levar à morte. De acordo com o Departamento de Vigilância Ambiental em Saúde do município, o ideal é evitar o contato com água ou lama de enchentes e esgotos.
A leptospirose é uma doença infecciosa causada por uma bactéria presente na urina de ratos. De acordo com a Vigilância Ambiental em Saúde, os roedores incluindo as ratazanas camundongos e rato de telhado são os principais eliminadores da bactéria através da urina, contaminando assim o ambiente (água, solo e alimentos).
A contaminação pode ocorrer através de lesões na pele ou mucosas. Também pessoas ou cães que fiquem longas horas em contato com a água contaminada, mesmo tendo a pele íntegra, podem ficar doentes.
A médica veterinária Caroline Lunkes dos Santos, especialista em Dermatologia, aponta a leptospirose com o maior risco para a saúde humana e animal, especialmente neste momento em que milhares de gaúchos enfrentam enchentes. “Ter o contato não quer dizer que a pessoa vai se contaminar, mas corre grande risco, principalmente pessoas com lesões (na pele), qualquer arranhão (pode ser suficiente)”, alerta Caroline.
Outro problema é que o contágio não é tão fácil de ser detectado. Caroline comenta que os sinais clínicos são inespecíficos ou seja comuns a outras doenças, como dor de cabeça, dor abdominal, febre, apatia, estão entre estes sintomas. “O diagnóstico é feito principalmente por exames. Exames bacteriológico, de sangue ou PCR”, fala.
Em casos avançados o paciente pode apresentar amarelamento da pele, urina escura e hemorragias na pele e mucosas, divulga a Vigilância Ambiental em Saúde. Os sinais clínicos demoram em média sete dias para surgirem, mas a doença pode levar até 30 dias para se desenvolver.
Para os locais que foram atingidos pelas águas sujas a limpeza com hipoclorito de sádio (água sanitária) é suficiente para afastar o risco de contágio. A dosagem indicada pela Vigilância Ambiental em Saúde é de 200 ml de água sanitária para um litro de água.
Vacinação em pets
Para prevenir o contágio em cães é importante que eles estejam com a vacinação em dia. “As vacinas V8 e V10, que chamam de polivalente. A prevenção é a vacinação e evitar o contato. As vacinas são só para cães, os gatos são mais resistentes a essa infecção, então as vacinas não possuem cepa para leptospirose”, explica a veterinária.
A veterinária reforça que o contato das patinhas dos pets, principalmente com lesões ou contato via mucosa, pode levar a contaminação. Neste caso, logo depois da exposição o ideal é que seja feita a limpeza do animal com água e sabão. “Se o animal ingerir água de chuva, além da leptospirose, tem várias outras bactérias que podem causar intoxicação ou infecções que podem atingir todos os órgãos de um cachorrinho.”
Se começarem os sinais clínicos é imprescindível levar ao veterinário. Caso seja necessário Caroline indica que o tutor deve fazer um relato mais preciso possível do acontecido para que o médico chegue a um diagnóstico de forma assertiva. “Mas antes de se chegar ao diagnóstico o profissional vai tratando os sinais clínicos, depende de cada quadro”, diz Caroline.
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