Excesso
Abordagem de PMs a jovens gera investigação da Brigada
Ocorrência foi encaminhada à 1ª Delegacia de Polícia que remeteu à corregedoria da BM
Divulgação - Comando do 4º BPM diz que não pode comentar sobre o assunto durante o procedimento investigatório
Quatro dias depois de uma abordagem desastrosa de uma guarnição da BM a seis jovens, na madrugada de domingo, na avenida Bento Gonçalves, em Pelotas, as vítimas ainda não acreditam que quem deveria promover a segurança da população apresenta comportamento temeroso. O caso foi parar na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), encaminhada à 1ª Delegacia de Polícia e remetida à corregedoria do 4º Batalhão de Polícia Militar (BPM). O comando informa que a ocorrência será apurada em procedimento investigatório e não pode comentar sobre o assunto.
O relato de três deles à reportagem dá conta que os três casais, após jantarem, foram tomar uma bebida no canteiro da Bento e, enquanto decidiam sobre os pedidos, uma viatura com quatro PMs se aproximou e, sem nenhuma voz de comando ou pedido de identidade, passaram a jogar spray de pimenta nos jovens. Quatro deles (três mulheres e um rapaz) conseguiram entrar no carro. Já os dois que ficaram de fora, tentando limpar os olhos que ardiam muito, ouviram um estouro. “Nesse momento vimos um PM caído no chão se contorcendo, como se tivesse sido atingido. Quando o policial atingido se levanta, ele olha para o meu amigo e o agride no rosto. Ele caiu e ficou meio desacordado. Quando fui tentar levantá-lo, fui agredido também, no pescoço. Não me lembro muito bem como, mas consegui por meu colega no carro e fui correndo para o outro veículo”, contou um deles, que assumiu a direção, pois o motorista não conseguia enxergar pela lesão causada pelo spray.
“Foi uma abordagem totalmente errada, despreparada. Eles até nos seguiram até o posto, onde tivemos que parar, pois nossos amigos, que têm asma, estavam passando mal”, disse um dos agredidos. “Só íamos pegar uma bebida. Nem som alto nós tínhamos. Foi do nada”, revelou outra vítima. Todos foram até a DPPA e dois precisaram ser levados à UPA por causa das lesões. “Lá foi preciso que a autoridade policial interferisse para nos atender, pois não queriam. Ainda colocaram o motivo de forma errada no laudo”, acrescentou um dos jovens. Eles também foram ao batalhão fazer uma queixa formal, onde tiveram como garantia de que a unidade iria “tomar as devidas providências”. A turma diz que resolveu expor o caso para que esse tipo de situação, como excesso ou abuso de autoridade, não ocorra com outras pessoas.
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