Transporte coletivo

Prefeitura e consórcio assinam contrato para serviço de transporte coletivo de Pelotas

Em cerimônia de assinatura do contrato, prefeito Eduardo Leite (PSDB) anunciou a pavimentação das ruas General Osório, Marechal Deodoro e Gomes Carneiro

Gustavo Mansur -

Consolidada

A rotina de atrasos, lotação e más condições estruturais que os pelotenses enfrentam diariamente ao utilizarem o transporte coletivo está com seus dias contados. Mais especificamente, um total de seis meses. Este é prazo que o consórcio vencedor da concorrência pública tem para implantar as exigências do edital, que regulariza a prestação do serviço junto ao município pela primeira vez na história de Pelotas. O pontapé para o início das mudanças foi dado na manhã desta quinta-feira (4) com a assinatura do contrato entre o Executivo e o consórcio formado pelas empresas Conquistadora, Laranjal, Santa Maria, Santa Silvana, Santa Rosa e São Jorge.

É esta assinatura que dá fim ao processo lento e turbulento que Pelotas enfrenta desde 2009, quando o Ministério Público determinou a realização de uma licitação para as linhas de transporte coletivo urbano e rural. Isto porque o serviço sempre funcionou através de uma concessão por parte da prefeitura, sem obrigações definidas entre o Executivo e os empresários. A conquista, de acordo com o prefeito Eduardo Leite (PSDB), é marcante para a cidade. “É um momento histórico, de forte emoção. Um primeiro passo para uma nova condição do transporte coletivo”, disse. O prefeito também considerou os empresários do ramo “desbravadores que ousaram prestar este serviço público de forma pioneira” e lembrou seus antecessores que, segundo ele, possibilitaram a partir de suas tentativas e erros que nesta quinta este projeto estivesse se concretizando.

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Um dos responsáveis pela elaboração do projeto, que em breve estará nas ruas, o coordenador da Unidade Gestora de Projetos (UGP), Jair Seidel, considera este momento o final de um ciclo e o começo de uma nova fase para o transporte coletivo. Seidel explica que medidas como a renovação da frota e a instalação das câmeras de segurança garantirão maior qualidade e segurança para os passageiros. Uma possível redução no valor da tarifa, hoje R$ 3,05, prevista após a realização da licitação não deve se concretizar no momento, de acordo com o coordenador da UGP. As possíveis demissões dos funcionários do setor, que motivaram greves durante o processo licitatório, também não devem ocorrer. O secretário de Transporte e Trânsito (STT), Cláudio Montanelli, explica que as empresas funcionarão em condições diferentes a partir de agora, mas que isso não irá interferir no seu quadro de funcionários. “A licitação dá para a população e para o município a possibilidade de cobrar e exigir qualidade, o que não é possível hoje. Todos saem vencedores.”

Além do melhoramento da frota, Eduardo Leite destacou ainda que a cidade também é beneficiada indiretamente a partir da licitação, como, por exemplo, recebendo a instalação de abrigos de ônibus, onde a prefeitura investiu R$ 1 milhão no último ano, e em novos corredores de ônibus. Durante a cerimônia, inclusive, foi anunciada a revitalização das ruas General Osório, Marechal Deodoro e Gomes Carneiro.

Na primeira fase serão investidos R$ 77 milhões. O contrato tem um tempo de validade de 15 anos também, podendo ser renovado por mais dez. O transporte rural será pensado, de acordo com o Montanelli, a partir de agora com a finalização do processo envolvendo o serviço urbano.

Ver para crer
Tão alta quanto a expectativa é a descrença da população pelotense quanto às mudanças anunciadas pelo Poder Público. Estas, motivadas principalmente pelas inúmeras interrupções que o projeto sofreu nos últimos anos. A comerciária Neida Padilha, que para se deslocar da sua casa, do Simões Lopes ao Centro da cidade, utiliza ônibus de duas empresas diferentes, é uma das que partilham deste sentimento. “A gente quer muito, seria maravilhoso. Mas só acredito quando ver com meus próprios olhos.” A funcionária do comércio diz enfrentar superlotações e longas esperas nos terminais. Para ela, esta é a prioridade que deve ser solucionada quando se fala em transporte coletivo. O aposentado Márcio Nicolau concorda com Neida e ressalta que a frota velha e precária é outro problema a ser solucionado o quanto antes. Nicolau considera ainda o valor da tarifa caro para o serviço que é devolvido e aposta nas melhoras que estão por vir.

Para quem precisa enfrentar essas situações cotidianas dos coletivos com criança de colo, estas se tornam ainda mais complicadas. O casal Daniela Valeirão e Jossiel Amaral, pais do Kauã, de dois anos, salienta que muitas vezes deixa de realizar atividades que dependem do ônibus para não passar pela falta de estrutura com o pequeno.

Segundo cronograma do consórcio, a primeira mudança a ser realizada e que Neida, Márcio e a família de Kauã poderão conferir será a renovação da frota a partir da compra nos novos veículos.

 

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