Finanças

Atraso no pagamento de bolsas de programas da UFPel gera preocupação em estudantes

Recursos dos PETs referentes ao mês de dezembro do ano passado ainda não foram repassados pelo Ministério da Educação; de acordo com a universidade, o atraso já ocorre há cinco anos

Foto: Carlos Queiroz - DP - Alunos dos 15 programas estão com dificuldades no recebimento dos valores via Capes

Por Victoria Meggiato
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Os Programas de Educação Tutorial (PETs) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) estão vivendo mais um momento de preocupação. Desta vez, o atraso no pagamento das bolsas referentes ao mês de dezembro do ano passado é o que tem gerado problemas. Através de uma rede social, o PET Fronteiras: Saberes e Práticas Populares, da Faculdade de Educação da UFPel, publicou um aviso sobre a situação. O transtorno maior é para os estudantes que, muitas vezes, não possuem outro tipo de renda, sobrevivendo apenas do valor repassado. De acordo com a universidade, o atraso das bolsas é frequente e já acontece há cinco anos.

Através de publicação, o PET Fronteiras cobrou mais seriedade por parte do Ministério da Educação, que realiza o repasse das bolsas através do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). O programa pede regularidade no pagamento das bolsas, além de ressaltar que os atrasos constantes colocam em risco a permanência do grupo e, principalmente, dos participantes.

O valor repassado aos PETs está diretamente ligado à manutenção dos programas e à permanência deles na universidade. Atualmente, são vinculados à UFPel 15 grupos do Programa de Educação Tutorial, são eles: PET Ação e Pesquisa em Educação Popular, PET Agronomia, PET Arquitetura, PET Artes Visuais, PET Computação, PET Conexões de Saberes - Diversidade e Tolerância, PET Conservação e Restauro, PET Educação, PET Educação Física, PET Engenharia Agrícola, PET Engenharia Hídrica, PET Física, PET Fronteiras - Saberes e Práticas Populares, PET Meteorologia e PET Odontologia.

Preocupação dos alunos

De acordo com estudantes da universidade, os atrasos são constantes e afetam a todos, dificultando a vida de quem depende do valor. “Eu acredito que seja muito importante mostrar o que vem acontecendo porque é uma coisa que afeta todos os PETs no geral no Brasil, acaba sendo um descaso em uma coisa que é tão importante na parte de pesquisa da uma universidade”, ressalta Jeverton Oliveira, estudante de Agronomia e bolsista do PET Agronomia da UFPel.

Segundo ele, no momento, são mais de dez dias de atraso. Em algumas vezes, o pagamento já atrasou 15 dias. Para Oliveira, é importante abordar o problema para que alguma medida seja tomada. “Muitos alunos não têm outra forma de renda, eles ingressam no projeto PET não só como uma forma de crescimento pessoal, mas também como uma fonte de renda. Isso aí de uma forma geral acaba afetando bastante”, lamenta.

O que diz a UFPel?

De acordo com Fátima Cóssio, Pró-reitora de Ensino da universidade, a instituição atua somente na seleção de tutores, planos de trabalho, relatórios e repasse de informações à Capes sobre os tutores e relação de bolsistas por grupo PET. Ela relata que o pagamento da bolsa é feito diretamente por meio da Capes aos bolsistas e salienta que esses atrasos têm ocorrido já há algum tempo. “Neste período a gente tem feito, anualmente quando isso ocorre, a gente lida com o Ministério da Educação, manda e-mails e eles pedem para aguardar, não dão explicações do porquê do atraso”, relata.

Fátima diz que a universidade imagina que os atrasos ocorram por transição orçamentária de um ano para o outro. “A gente está imaginando que seja por conta disso, mas nunca o Ministério da Educação afirmou que seja”, diz.

Segundo ela, o papel da universidade é mediar o contato com o Ministério, e isso tem sido feito de forma constante. Entretanto, não existe uma resposta a respeito da situação e nem alguma informação sobre a previsão de pagamento.

Importância dos programas

Sendo um programa de longo prazo, os PETs buscam realizar, dentro da universidade, o modelo de indissociabilidade do ensino, pesquisa e extensão. É composto por grupos tutoriais de aprendizagem, que proporcionam aos alunos, sob orientação de um professor, condições para a realização de atividades extracurriculares que complementem a sua formação acadêmica.

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