Santa Vitória muda local do Programa Mais Sorriso
Iniciativa agora atenderá na Policlínica Central, em clínica própria, após reformulação do espaço físico
Dinheiro, originado da Portos RS, será usado para pagar honorários médicos que estavam atrasados
Por: Lucas Kurz
lucas.kurz@diariopopular.com.br @lucas_kurz
O recurso emergencial extraordinário, aguardado desde fevereiro pela Santa Casa de Rio Grande, finalmente caiu nas contas do hospital. O dinheiro, R$ 14,4 milhões, foi articulado entre diversos órgãos. Prefeitura, Ministério Público Federal, Justiça Federal e Portos RS se envolveram pela liberação, oriunda do Fundo de Recuperação de Bens Lesados do Porto do Rio Grande.
Em nota enviada à reportagem, a Santa Casa informou que a verba será utilizada para os pagamentos dos honorários médicos em atraso, compreendendo as remunerações de cinco meses (março a julho) das categorias CLT, PJ e RPA, pertencentes ao ano de 2022, bem como o 13º salário de 2021. O presidente da instituição Renato Silveira comemorou a finalização de uma dívida apontada como considerável. "Esta é uma vitória conquistada através de muitas mãos, tivemos envolvimento de diversas esferas para que isso se concretizasse." O hospital relembra que operação similar aconteceu no ano passado, quando R$ 16 milhões de fundo perdido foram repassados em abril, sendo usados para quitar dívidas e manter a folha de pagamentos.
Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) e o Sindicato Médico do Rio Grande (Simerg) também celebraram a chegada dos valores. "Isso demonstra que estamos trabalhando por uma solução estrutural e sustentável ao hospital, mas também garantindo a defesa imediata das prerrogativas e direitos dos médicos. É um gesto importante nesse grande esforço de colaboração mútua da Frente Estadual", diz a nota publicada pelas entidades.
Movimento por emenda
O Simers também confirmou um movimento junto à Frente Estadual em Defesa da Santa Casa de Rio Grande por emendas parlamentares. O objetivo é angariar até R$ 15 milhões em verba legislativa dos deputados federais do Rio Grande do Sul. O anúncio ocorreu após reunião com o coordenador da bancada gaúcha no Congresso Nacional, deputado Giovani Cherini (PL).
Segundo o sindicato, o parlamentar assumiu o compromisso de repassar emenda da bancada nesse valor. Eles projetam que o valor possibilitará a implementação de medidas estruturais de reestruturação operacional e administrativa por parte da gestão hospitalar local.
Ganhando fôlego
Em junho, a centenária casa de saúde, cuja dívida chegava a R$ 400 milhões, entrou em regime de recuperação judicial. A partir disso, processos têm os prazos suspensos e o hospital pôde parar de pagar as dívidas, temporariamente. A projeção é de que em até três anos todas as pendências estejam renegociadas e possam estar totalmente quitadas em um período máximo de até 20 anos.
Na última semana, dois acordos garantiram a atuação plena da maternidade da Santa Casa, com atendimentos 24 horas por dia. As parcerias com a prefeitura e Unimed renderão R$ 182 mil mensais à instituição por pelo menos seis meses. Recentemente, a partir do programa Avançar RS, foi cedido aporte de R$ 2,5 milhões pelo governo do Estado buscando melhorar a estrutura da maternidade. O hospital também anunciou a renegociação de contratos com os médicos, passando todos para regime de Pessoa Jurídica, com o objetivo de aliviar os gastos com tributos trabalhistas.