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Trabalho desenvolvido pelo Gitep e por acadêmicos da UCPel avaliou o período de pandemia, a partir de 2020 até este ano
Por: Redação
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Um estudo elaborado pelo Grupo Interdisciplinar de Trabalho e Estudos Criminais Penitenciários (Gitep) e pelos integrantes do Programa de Pós-Graduação em Política Social e Direitos Humanos (PPG-PSDH) da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) levantou números da violência contra a mulher em Pelotas. O trabalho abordou o período de pandemia, 2020/2022. A análise, levando em consideração os crimes de ameaça, lesão corporal e feminicídio, mostra que houve uma mínima redução durante a crise sanitária.
Apesar da baixa, os dados coletados através dos indicadores publicados pela Secretaria de Segurança Pública (SSP), sugerem que a violência contra a mulher no município segue constante. A análise observou que o crime de estupro, no ano de 2021, registrou aumento de 15,2% se comparado ao ano anterior, apresentando o maior índice em quatro anos. Já o crime de ameaça teve redução de 5,3% de 2020 para 2021. Nos indicadores de lesão corporal, o declínio foi de 2,82%.
Para o crime de ameaça contra a mulher, ao se observar os índices dos respectivos primeiros quadrimestres anuais do período pandêmico (2020 a 2022), verifica-se inicial redução e, próximo ao levantamento do estado de emergência em saúde no Brasil (quadrimestre de 2022), novo aumento, este de 26,7%. O padrão se repete em relação aos crimes de feminicídio. No entanto, considerados os períodos, o estupro se manteve em elevação.
Analisando-se o crime de feminicídio consumado no período de 2020 a 2021, é possível observar que o percentual se manteve inalterado. Já quanto aos feminicídios tentados, a redução foi de 50%. Os dados revelam a constante violência contra a mulher no município de Pelotas, mesmo no período de crise pandêmica. Os números de feminicídios, tanto tentados quanto consumados em 2022, foram informados à reportagem do Diário Popular pela delegada Márcia Chiviacowsky, titular da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam).
Especialistas apontam que no Rio Grande do Sul as estatísticas sobre a violência de gênero no âmbito doméstico e familiar nem sempre retratam a realidade. Pelos indicadores apresentados, Pelotas demonstra permanência das violências contra a mulher. Ainda conforme o estudo, se no geral o quadro pelotense aponta uma pequena redução dos índices durante a pandemia, quando focalizados os detalhes, incluindo os primeiros quatro meses de 2022, observa-se que a tendência é de crescimento da violência contra a mulher.
O trabalho do Gitep e dos acadêmicos da UCPel também constatou que, embora muitas ações pontuais tenham sido criadas neste período para dar conta de atender as vítimas, como, por exemplo, a abertura de canais alternativos para a denúncia online e o projeto "Máscara Roxa" no Rio Grande do Sul, além da campanha pelotense "Nem todo mundo está seguro em casa", tais políticas públicas possuem um acesso limitado.