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Deputado federal do PSL entregou veículos adquiridos pela prefeitura via emendas e criticou postura do governo na Covid
Por: Heitor Araujo
heitor.araujo@diariopopular.com.br
O deputado federal Nereu Crispim (PSL) esteve em Pelotas na sexta-feira para a entrega de projetos executados por meio de emenda parlamentar - R$ 800 mil à saúde e R$ 650 mil para pavimentação, entre emendas de bancada, individual e de relator. Crispim elegeu-se na onda bolsonarista, mas demonstra restrições à campanha anti-vacina do presidente e indica alinhamento ao governador do Estado, Eduardo Leite (PSDB).
Com um gabinete formado pelo secretário municipal do PSL em Pelotas, Roberto Ferreira, Crispim destinou parte das emendas a que tem direito à cidade. Pelo União Brasil (fusão entre PSL e DEM), o atual deputado quer uma dobradinha com Ferreira, possível candidato a deputado estadual, no município.
Crispim é um empresário do setor de transportes e mineração e candidatou-se a deputado pela primeira vez em 2018, sendo o eleito com o menor número de votos, pouco mais de 32 mil. Com projetos de lei voltados ao setor de transportes, o deputado federal esteve no Diário Popular e falou sobre o seu mandato e os passos do União Brasil em 2022.
Diário Popular (DP) - Qual sua avaliação do governo Eduardo Leite e de Jair Bolsonaro?
Nereu Crispim (NC): O Eduardo Leite fez o que prometeu: pagar o funcionalismo em dia, recuperar a finança do Estado e está aí o projeto Avançar, de infraestrutura, e também projeto de apoio às pequenas empresas. Ele fez um planejamento estratégico, apoiado pela Assembleia e a bancada gaúcha na Câmara, estivemos sempre próximos. Sobre o Bolsonaro, em 2019 fui o terceiro deputado que mais votou as propostas do Executivo. Em 2020 fui o número um nas pautas econômicas do governo federal. Mas aquelas que iam contra o programa de 2018, principalmente o negacionismo à Covid-19 e a contrariedade às vacinas, a insegurança que gerou na população, eu acho que ele deixou a desejar. Pena que o nosso governador não ganhou as prévias no PSDB.
DP - O senhor continua no PSL?
NC: Continuo no PSL, que vai virar União Brasil. Tenho ideologia formada, sou humanitário. Depois que você é eleito, tem que atender as pessoas, principalmente as mais necessitadas. Tem uma desigualdade muito grande no país.
DP - Qual sua avaliação sobre os seus três anos de mandato?
NC: Sou presidente da Frente Parlamentar dos Caminhoneiros Autônomos e Celetistas. Cobramos as pautas que foram elencadas na paralisação de 2018, da política de preços das Petrobras que gerou a alta desenfreada do combustível, a aposentadoria aos 25 anos [de atividade], unificação dos documentos fiscais. Sou sub-relator da modernização do código de mineração, o último é de 1967. Destinamos recursos no combate à Covid-19 e fazendo parcerias para destravar a fila das cirurgias eletivas, procuramos atuar no ponto de infraestrutura na área da Saúde.
DP - Nunca teve tão pouco investimento público nas rodovias e aqui no Sul tem essa briga aos preços das tarifas dos pedágios.
NC: Manifestei, através de ofícios ao Ministério da Infraestrutura, contestando o contrato vigente que existe aqui. O pedágio é caro e existe falta de investimento. Diversas empresas pularam daqui, indo embora devido ao alto custo desta concessão. Sou a favor de voltar o plano estratégico de investimentos nas rodovias. Não apenas inaugurar um quilômetro por semana, como fazia o ministro, como se houvessem muitas obras.
DP - Como o União Brasil deve se comportar na disputa ao governo do Estado?
NC: O partido ainda não existe, será efetivado no próximo mês. Vamos participar de um projeto, de preferência, que dê continuidade ao que o governador Eduardo Leite vem fazendo.
DP - Um levantamento indica o seu mandato como o segundo que mais gastou na bancada gaúcha em 2021. Por que?
NC: Eu trabalho, foi o que respondi. Visitamos mais de 400 municípios no Estado. Eu vou para Brasília de carro. E os deputados que gastam pouco usam dinheiro da bancada para não aparecer a despesa.