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Parlamentar espera manter união entre o bloco de apoio à prefeitura no Legislativo, com pelo menos 15 parlamentares
Por: Heitor Araujo
heitor.araujo@diariopopular.com.br
Anderson Garcia (sem partido) será o líder do governo de Paula Mascarenhas (PSDB) na Câmara de Vereadores de Pelotas neste ano, em substituição a Marcos Ferreira, o Marcola (sem partido), atual presidente da Casa. A decisão foi anunciada nesta quinta-feira (27) em nota pela prefeitura, após conversa por telefone entre o parlamentar e a prefeita.
Assim, novamente a liderança do governo no Legislativo recai sobre um vereador eleito pelo PTB, ex-partido do vice-prefeito Idemar Barz. Apesar do racha nacional, ocasionado pela guinada da sigla ao bolsonarismo, Garcia reitera que o grupo pelotense, formado por ele, Marcola e Rafael Barriga, e o ex-presidente do partido em Pelotas, Agostinho Meirelles, permanecerá unido.
Os três vereadores eleitos pelo partido foram expulsos após a votação da taxa de iluminação, no fim do ano passado, mas a decisão do diretório municipal remete ao novo caminho adotado pelo PTB nacional sob o comando de Roberto Jefferson, aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL). Garcia já tem rumo definido: espera apenas um certificado de desfiliação do PTB para ingressar formalmente no Podemos.
Na liderança do governo em 2022, Garcia diz ter como objetivo manter o bloco de apoio à prefeitura, maioria na Casa, que tem hoje ao menos 15 dos dos 21 vereadores. A avaliação do vereador é de que o convite partiu da prefeita pela antiga relação política entre os dois, que começou no governo de Eduardo Leite (PSDB). "Confesso que acho que foi por amizade [o convite]. Pelo fato de convivermos muito tempo junto, ela me convidou para a liderança. É um espaço para o grupo [de apoio] e não só para o partido [PSDB]", avalia.
Diálogo
Segundo o secretário de Governo, Fábio Machado, a escolha da liderança foi definida por alguns parâmetros, dentre eles a experiência de Anderson Garcia na Casa. "Nós temos por marca o diálogo e é essa a expectativa que a gente tem, aprimorar cada vez mais isso. O vereador Anderson tem experiência, conhece a administração pública e o governo, tem a confiança da prefeita Paula", aponta.
Garcia foi presidente da Câmara em 2018, quando chegou a trocar farpas com o governo durante a votação da Cosip, naquela época rejeitada pela Câmara. O parlamentar também atuou brevemente na liderança do governo de Eduardo Leite, quando Luiz Henrique Viana (PSDB), então líder, precisou se afastar.
De acordo com o novo líder, a união dentro da base governista precisa ser mantida. Composta atualmente por sete partidos, deve ganhar novas siglas com a implosão da bancada do PTB. O desafio é fazer com que partidos que estarão em lados opostos na disputa estadual possam se manter conectados em nível local, como por exemplo o PSB e o PP.
"O que vou fazer como líder do governo é chamar os vereadores para poder ter essa união. O que vai acontecer nas eleições, candidaturas a legislativo, é mais uma questão partidária. A ideia é de união e respeitar todas as posições. Quando fui líder do governo de Eduardo Leite, conseguimos aprovar projetos em uma boa aliança e conversa. Minha ideia é dialogar e não impor", projeta.
Relação com a prefeita
Como integrante da base aliada, Anderson Garcia teve posturas críticas ao governo, como na discussão da taxa de iluminação em 2018, quando estava na presidência, e em ações da Secretaria de Saúde no combate à pandemia. Em uma das declarações mais enfáticas, o parlamentar chegou a dizer que o Executivo "tratou mal a Câmara" ao longo de 2018 e, em 2020, cobrou transparência em relação às verbas destinadas para a Covid-19.
Garcia encara com naturalidade as críticas feitas e afirma ter havido diálogo transparente com Paula. "Tive algumas críticas ao governo, mas todas as vezes que me posicionei eu falei para a prefeita. A gente fala a verdade um para o outro, nos manifestamos e nos contrapomos pessoalmente", justifica. "Como líder, vou defender o governo que ajudei a eleger duas vezes."
Questionados sobre quais pautas serão prioritárias para o governo e a liderança no Legislativo em 2022, tanto Garcia quanto o secretário Fábio Machado não quiseram comentar.