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Gregory Macedo afirma que tentativa ocorreu nos jogos anteriores à sua saída do clube. Denúncia está sendo investigada
Por: Gustavo Pereira
gustavo.pereira@diariopopular.com.br @gustav0pereira_
O ex-técnico do Farroupilha, Gregory Macedo, diz ter recusado uma proposta de R$ 80 mil para participar de um esquema de manipulação de resultados em jogos da Terceirona. O profissional deixou o clube do Fragata no último dia 26, antes da goleada sofrida por 7 a 0 diante do Bagé, que levantou suspeita de interferência para adulterar o placar.
Desde esta segunda-feira (1º), circula em grupos de WhatsApp um áudio vazado em que Gregory conversa com um intermediário. Na ligação, o então treinador do Fantasma deu resposta negativa. Entretanto, o contato que aborda a quantia citada foi feito anteriormente, por outra pessoa, e acabou não sendo gravado.
“No dia do áudio que vazou, não foi falado em valores porque já cortei no início. No outro sábado [dia 16 de julho, véspera de Riograndense 1 x 1 Farroupilha], me ligou um outro cidadão e já começou a falar em valores, talvez já para ver se eu, escutando valores, caía. Era R$ 80 mil para tomar dois gols no primeiro tempo e mais dois no segundo tempo. Era para mim, mas obviamente para fazer eu teria que pagar alguém [jogadores]”, afirma Gregory.
Macedo revelou que encaminhou a denúncia a órgãos competentes. “Eu sempre disse que não iria falar, por ter medo. Não por minha parte, mas da minha família. A gente sabe que isso é uma máfia, tem gente grande envolvida. Essas manipulações de resultados, alguém tinha que abrir a boca com provas concretas pra ver se consegue acabar com isso”, complementa.
Ao falar com o Diário Popular, Gregory defendeu os jogadores do elenco do Farroupilha. A declaração corrobora o que ele mesmo publicou em seu Facebook, nesta terça (2), e rebate a fala de Carlos Alberto Estevão, o Caco, treinador do Farrapo na partida do último fim de semana. O substituto de Gregory, que já deixou o clube, disse ao DP na segunda-feira que, se houve manipulação do resultado contra o Bagé, não teriam sido os jogadores trazidos por ele recentemente, mas sim os “da casa”.
“Quero deixar claro que o que postei não é para o presidente [Fábio Costa], nem para sua esposa. Comigo eles sempre foram corretos, com os atletas também. E sim para esse cidadão que acusou os atletas da casa de fazerem esquema. O Farroupilha é um clube de tradição e que merece todo o respeito do mundo”, fala o profissional.
O treinador também elogiou a atitude de Iago Padilha, atacante que publicou a denúncia da suposta interferência no placar dos 7 a 0 a favor do Jalde-Negro. “Fiquei muito sentido que muita gente caiu em cima dele, e por isso resolvi falar. Fico muito orgulhoso pelos atletas que eu levei para o clube não terem aceitado, fico muito orgulhoso pelo Iago ter se manifestado. Isso precisa de coragem para fazer”, defende.
O advogado e diretor jurídico do Farroupilha, Hermes Rockenbach, gravou vídeo publicado nas redes sociais do clube durante a noite de segunda-feira. No pronunciamento, garante que o clube averiguará a denúncia junto ao Ministério Público e demais órgãos competentes. “O esporte não irá perder”, afirma.
O vídeo anterior, postado também no Instagram do Tricolor do Fragata, em que o presidente Fábio Costa, sentado ao lado de Iago Padilha, autor de denúncia feita poucas horas antes, foi apagado. Nele, o mandatário do Fantasma sustentava que houve um mal entendido, negando de forma veemente a possibilidade de ter existido interferência no jogo de domingo.
Já eliminado, o time pelotense volta a campo neste domingo (7), no Nicolau Fico, para encarar o Bagé, em jogo atrasado da segunda rodada da primeira fase.
A denúncia da suposta manipulação do resultado começa a ser investigada nas esferas criminal e esportiva. O Procurador-Geral do Tribunal de Justiça Desportiva do Rio Grande do Sul (TJD-RS), Alberto Franco, falou ao DP que haveria uma reunião interna para avaliar as medidas cabíveis diante do caso “para ter um efeito prático”. Segundo ele, a Procuradoria apresentará uma petição nesta quarta (3).
A suspeita de manipulação passou a chamar atenção a partir do atípico 7 a 0. Após a denúncia inicial feita por Padilha, o DP ouviu mais fontes e publicou reportagem. Acesse neste link.